Momento de expectativas



O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, admitiu na segunda-feira (22/09), em palestra, a convite da ADVB-SP (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), em São Paulo (SP), que a crise financeira americana e global poderá desacelerar o crescimento da economia brasileira. Se isso, de fato, vier a ocorrer, esclareceu, também deverão ser tomadas medidas adicionais de restrição ao crédito.

 

Para o presidente do BC, a economia brasileira está hoje mais preparada para enfrentar crises financeiras globalizadas, ao contrário de outras anteriores, ocorridas nas décadas de 80 e 90 do século passado. Segundo Meirelles, a diferença deve-se a duas medidas tomadas durante o recente período de expansão do comércio mundial (2003-2007).

 

A primeira delas foi ter desvinculado parte da dívida pública externa e interna da variação cambial. Antes, sempre que o dólar ou o euro se valorizavam diante do real, o estoque dessas dívidas crescia. Desde que tal medida foi adotada, toda a vez que o real perde valor em relação a essas moedas, as dívidas brasileiras também caem. A segunda medida foi ter aproveitado a expansão do mercado mundial, registrada naquele período, para formar um “colchão” de liquidez, com reservas em moedas fortes que ultrapassam os US$ 200 bilhões. A combinação das duas medidas serviu para melhorar a relação entre dívida externa e exportações e também para elevar a confiança de credores e investidores estrangeiros na economia brasileira.

 

O presidente do BC procurou tranqüilizar os mais de mil empresários, presentes ao almoço, dizendo-lhes ter estado, recentemente, em Nova York, onde foi se inteirar do teor das medidas de socorro, tomadas pelos bancos centrais americano, britânico, suíço e da União Européia, no valor total de mais de US$ 1 trilhão. Meirelles concluiu sua exposição, afirmando que o Brasil está confiante, mas atento a quaisquer sinais de evolução da crise financeira globalizada.

 

Antes de anunciar o início da palestra de Henrique Meirelles, o presidente da ADVB-SP, Miguel Ignatios, juntamente diretores da entidade, fez a entrega da placa comemorativa da primeira edição do prêmio “Personalidade Ambiental ADVB de 2007”, vencido pelo Banco Bradesco, representado na solenidade por seu presidente, Marcio Cypriano.

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