Leonardo Ladeira, CEO do Portal de Compras Públicas

A evolução digital no mercado de compras governamentais

CEO do Portal de Compras Públicas descreve a trajetória da plataforma que busca democratizar o acesso às licitações em todo o espectro governamental

Criado a partir do desejo de simplificar e democratizar o acesso de empresas para ofertar produtos e serviços aos órgãos governamentais, o Portal de Compras Públicas transformou-se em um dos principais agentes da evolução digital nas licitações brasileiras. A partir da percepção inicial de que vender para o governo era um processo complexo e excludente, o projeto evoluiu de um software de apoio a prefeituras para uma plataforma que conecta milhares de municípios e fornecedores. Como resultado, portal promove eficiência, concorrência e inclusão, impulsionando a modernização de um mercado que movimenta parcela significativa do PIB nacional, como detalhou Leonardo Ladeira, CEO do Portal de Compras Públicas, hoje (21), na 1226ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

O executivo começou contanto que o empreendimento foi criado por ele e seu irmão Bruno, ao enxergarem a necessidade de criar facilidades para quem queria fazer negócios com o governo e tinha dificuldade de acesso. Em 2002, com a Lei do Pregão Eletrônico, eles viram a oportunidade de oferecer serviços, principalmente para os pequenos municípios. “Iniciamos como vendedores de software, evoluímos para o modelo white label, entregando uma solução mais verticalizada para os órgãos públicos realizarem seus processos eletrônicos. Até que, por volta de 2013, começamos a enxergar que poderíamos ter um papel mais amplo de atuação, descentralizando esse processo. Imagine 5.569 municípios acessando por e-mail para participar dos pregões buscando oportunidades de negócios.” Daí surgiu a ideia do portal, concentrando os usuários conquistados entre 2013 e 2016, em uma única plataforma, mudando o modelo de negócio. Ao invés de cobrar do agente público, passou-se a ser custeado pelo fornecedor, em um modelo de assinatura.

Instigado a falar sobre as resistências culturais, Leonardo foi enfático em responder que essa resistência existe até hoje, tendo sido apenas amenizada. “A proposta do Portal de Compras Públicas é aproximar comprador e vendedor, simplificar o contato e o próprio processo licitatório sobre o qual o agente público é obrigado a operar. Então, passamos os primeiros 10 anos do nosso negócio tentando convencer esse agente a fazer de uma maneira melhor, mais prática e mais simples do que estava acostumado. Isso só veio a ser mais facilitado para nós, em 2019, quando esse processo licitatório deixou de ser parcialmente eletrônico para ser totalmente obrigatório, principalmente, em Educação e Saúde, abrangendo o total somente a partir de 2021.”

Respondendo uma pergunta da audiência ​sobre o propósito que move o portal para além da eficiência operacional, o CEO afirmou que é entregar uma série de benefícios não só aos envolvidos diretamente na plataforma, mas para o País como um todo. “Buscamos alcançar, a democratização do processo de compra pública brasileiro, algo que ainda está em andamento. Estamos falando de um número que vai flutuar entre 12% e 17% do PIB do País. E, pasmem, menos de 600 mil empresas participaram desse processo no ano passado. Diante dos 23 milhões de CNPJs ativos existentes no Brasil, não tenho nenhum receio em afirmar que é o menor mercado em termos de concorrência do País. Não há nada que ofereça uma competição tão baixa quanto vender para o governo. Então, verificar o benefício que podemos oferecer de oportunidades para empreendedores de todos os portes, nos faz continuar nessa luta.”

Respondendo uma questão do público sobre como apoiar a nova geração de gestores públicos que está mais aberta à inovação digital, ele indicou que é oferecendo ferramental tecnológico de fácil acesso. “O processo de compra pública é extremamente burocrático, com regulamentações setoriais, então o que fizemos foi transformar essa lei em regra de negócio, para facilitar não só o entendimento, mas a aplicação dessa lei, de forma customizada.” Ele falou também sobre como utilizam a IA, destacou as oportunidade para oferta de CX no setor público e contou que atendem 4.200 municípios brasileiros e contam com 650 mil fornecedores cadastrados.


O vídeo, na íntegra, está disponível no nosso canal do YouTube, o ClienteSA Play, junto com as outras 1225 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3,8 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (22), recebendo Paulo Yoo, diretor de experiência e programas de saúde do dr.consulta, que falará da inovação e cultura cliente na democratização do acesso à saúde; na quinta, será a vez de Alessandro Thompson, diretor comercial da InterCement Brasil; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Black Friday: a conquista do cliente pelo bolso ficou para trás?”, reunindo Marcelo Navarini, diretor geral do Bling, Luis Lourenço, diretor de novos negócios da RD Station, e Bruno Meira, coordenador de sucesso de e-commerce da Nuvemshop.

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