A combinação de IA, análise preditiva e arquitetura cloud-native não é mais um diferencial, mas um requisito para quem deseja se manter competitivo
Autor: Marcos Fukaya
A prevenção à fraude nunca foi tão desafiadora, nem tão urgente. Em um cenário onde o volume e a velocidade das transações digitais crescem exponencialmente, as instituições financeiras enfrentam uma equação quase impossível: conter fraudes cada vez mais sofisticadas sem comprometer a experiência do cliente. E neste jogo de equilíbrio entre segurança e fluidez, um novo protagonista surge com força, as plataformas de orquestração antifraude.
Até pouco tempo, a estratégia predominante era somar soluções pontuais, um apanhado de ferramentas para identificar padrões suspeitos, autenticar usuários ou monitorar comportamentos anômalos. Mas a proliferação dessas tecnologias criou outro problema, a complexidade. Sistemas fragmentados, dados em silos e alertas redundantes tornaram a operação ineficiente, lenta e vulnerável.
É nesse ponto que a orquestração se torna não só relevante, mas vital. Ao centralizar a gestão das estratégias de risco e permitir que diferentes soluções “conversem” entre si em tempo real, essas plataformas criam uma visão única do cliente e do risco. Isso significa decisões mais rápidas, com mais contexto e, acima de tudo, mais inteligência.
Segundo o relatório “Beyond Point Solutions: Orchestrating the Future of Fraud Prevention”, publicado pela Datos Insights, 95% das instituições consultadas apontam a fragmentação de dados como um dos principais entraves à prevenção de fraudes. E 63% reconhecem a falta de visibilidade entre canais como outro gargalo crítico. Com as plataformas de orquestração, essa realidade começa a mudar, pois elas conectam APIs, reúnem dados internos e externos e permitem criar fluxos de decisão com interfaces low-code, ou seja, acessíveis também a times de negócio, não só a desenvolvedores.
Assim, o mercado responde. Estima-se que as soluções de orquestração movimentem US$ 2 bilhões em 2024, com previsão de chegar a US$ 3,6 bilhões em 2028. A combinação de inteligência artificial, análise preditiva e arquitetura cloud-native não é mais um diferencial, mas um requisito para quem deseja se manter competitivo. Especialmente com o crescimento de modalidades como pagamentos em tempo real, que exigem decisões antifraude em milissegundos.
Diversas das plataformas analisadas no relatório mostram como essa abordagem evoluiu. Com integração a provedores, recursos de auto-ML (Automated Machine Learning) e dashboards analíticos customizáveis, as empresas permitem que instituições financeiras executem estratégias de prevenção e crédito em um único ambiente, com gestão centralizada e total flexibilidade de implantação (cloud pública, privada ou híbrida).
Mas não se trata apenas de tecnologia, a verdadeira inovação está na mudança de mentalidade, de uma postura reativa para uma abordagem estratégica, proativa e integrada. Orquestrar não é mais uma opção é o caminho para transformar dados em decisões e proteger negócios de forma escalável e eficiente.
Para o setor de tecnologia, a mensagem é clara, a guerra contra a fraude será vencida não com mais soluções e sim com mais conexão entre elas. E, nesse novo campo de batalha, quem orquestra melhor, lidera.
Marcos Fukaya é consultor de soluções pré-vendas Brasil, América Latina e Ibéria na Provenir.