CEO e fundador da Stay expõe os pormenores da criação da startup que busca democratizar o acesso à previdência privada
O aumento da expectativa de vida somada à diminuição da taxa de fertilidade tem feito acender um alerta. Como consequência prática, a pirâmide etária fica mais inclinada para o lado dos idosos, com menos contribuintes por beneficiário, o que acaba pressionando a previdência pública, que não encontra saídas fáceis. Isso abre oportunidade para a previdência privada, notadamente a corporativa, que, até bem pouco tempo, ainda era burocratizada e negligenciada. Foi percebendo esse problema como uma oportunidade que surgiu a Stay, há três anos. Com aporte de muita tecnologia, a startup brasileira buscou desburocratizar e customizar esse produto, atuando em parceira com a Zurich. Essa história foi compartilhada, hoje (27), por Tsai Chi-yu, CEO e fundador da Stay, na 1188ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Segundo o executivo, a ideia da empresa nasceu diante da percepção da necessidade de democratizar a previdência privada no Brasil, vista como privilégio de poucas empresas e muito burocrática. “Transformamos esse produto em algo muito mais acessível e moderno. Usando tecnologia, resolvemos uma dor que era tanto da empresa, como dos colaboradores que não tinham acesso a esse produto.” Chi-yu explicou que ele e outro cofundador redigiram um relatório avaliando diversos problemas e oportunidades do mercado e nenhum chegou perto de ser tão relevante quanto o da previdência. “Detectamos tratar-se de uma questão intergeracional, pois para previdência pública, os mais novos contribuem para aposentadoria dos mais velhos.”
Com a mudança demográfica causada, por um lado, pelo aumento da expectativa de vida e, por outro, pela diminuição da taxa de fertilidade, há cada vez mais pessoas se aposentando e menos contribuintes. “Essa defasagem acaba acarretando uma pressão muito forte na previdência pública, levando à necessidade das pessoas pensarem em alternativas que permitam acumular um dinheiro visando um futuro mais seguro monetariamente. Ao estudar a solução para essa dor, descobrimos a previdência corporativa, mas que não oferecia acesso dos colaboradores na maioria das empresas. Mesmo com incentivos do governo, ainda havia pouca adesão.” A partir disso, eles começaram a estudar como solucionar essa dor e a formatar o que viria a ser a Stay, em 2022.
Os desafios iniciais foram descobrir se os aspectos regulatórios do setor permitiam a criação de um produto mais moderno a ser oferecido no mercado e levantar capital para um projeto ambicioso. Solucionadas essas questões, no ano seguinte nasceu o projeto, tendo que lutar, daí em diante, com a eliminação da burocracia que criava entraves no desenvolvimento da previdência corporativa. Aproveitando para responder uma pergunta da audiência a esse respeito, o CEO ressaltou que o primeiro passo foi digitalizar todo esse processo. “Já não seria mais necessário preencher um calhamaço de papel a ser despachado pelo RH à seguradora, esperar o tempo de análise e a devolução da documentação. O segundo passo, foi a internalização de todos os processos na nossa empresa, usando muita tecnologia e liberando a RH do cliente, que funcionava como uma central de atendimento do público interno.”
Outra facilidade incorporada ao projeto foi a customização do produto. Ele deu como exemplo o que o colaborador precisa fazer, agora, se desejar, mudar o percentual de contribuição. “Hoje, isso pode ser feito em questão de segundos, bastando se comunicar com a Zurich pelo Whatsapp, substituindo um processo que demorava dias ou meses para ser concluído.” Houve tempo ainda para o executivo falar sobre a criação da cultura de uma previdência corporativa moderna e tecnológica, tendo de educar executivos que nunca trabalharam com esse produto e quebrar a resistência dos que já utilizavam, mas não simpatizavam com o mesmo. Além disso, o CEO mostrou de que forma a previdência corporativa ajuda na retenção de talentos.
O vídeo está disponível, na íntegra, no nosso canal do YouTube, o ClienteSA Play, junto com às outras 1187 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3,8 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (28), recebendo Daniel Speicys, gerente geral da Loja da Lata, que falará do valor agregado pela embalagem na jornada de consumo; e, encerrando a semana, o Sextou, em um café híbrido, debaterá o tema “Jornada de consumo: Os impactos do código de barra e do QR Code na experiência do cliente”, reunindo Ricardo Aranha, coordenador de negócios da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, Lília Coelho, controller no Jaú Serve Supermercados, e Bruno Oliveira, coordenador de Customer Supply Chain da Nestlé.