O vídeo traz alguns assuntos relevantes que foram debatidos na apresentação do número 12 da Organicom – Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas; nela, não participou o ouvidor do Ipea Antônio Rito, conforme tinha sido anunciado pelos organizadores e registrei no artigo de 24 de novembro. Mas o evento contou com a intervenção de outros palestrantes; entre eles, a advogada Maria Lumena Balaben Sampaio, chefe de gabinete da Ouvidoria Geral do Município de São Paulo e secretária-geral da Associação Brasileira de Ouvidores-Ombudsman, que teve a cortesia de responder uma pergunta minha sobre os usos e as origens dos termos ´ouvidor´, ´defensor´ e ´ombudsman´: “Por que em espanhol prevalece o uso dos termos ´defensor´ e ´defensoría´, enquanto no Brasil são mais comuns ´ouvidor´, ´ouvidoria´ e ´ombudsman´?”
Para Maria Lumena Sampaio, o termo “defensor” está ligado, nos países hispanos, à figura do “Defensor del Pueblo”, uma função mais ou menos equivalente a uma Promotoria Pública no Brasil. Esse era o papel, no Brasil Colônia, de Pedro Borges – o ouvidor e quase juiz da Coroa portuguesa no Brasil. Porém, de acordo com a advogada, em 1809 acontece uma mudança, pela qual o corregedor passa a ser quem aplica sanções, enquanto o ouvidor adota mais a função de representante, na linha do ombudsman, originária da Suécia. Esse trabalho de ouvidoria, que frequentemente é realizado em equipe, tem quatro funções essenciais: 1) Educar; 2) Mediar conflitos; 3) Disseminar informações e 4) Atuar como ferramenta indutora do melhoramento da qualidade nas organizações. Sampaio ressalta ainda que o termo “ouvidor” está muito relacionado com um discurso do presidente Kennedy no qual ele defendeu o direito de todo cidadão a ser ouvido.