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Pesquisa sobre a classe C brasileira – muito interessante

(É a coluna do Marinho no Blue Bus. Ele também repercute a informação no blog dele: marinhonoblog.blogspot.com)

Compraram o q quiseram, agora vao investir em educaçao

Todas as pessoas bem informadas sabem que a elevaçao real do salário, o aumento do emprego formal, os programas sociais do governo, o crédito farto e a estabilidade que nossa economia vinha experimentando até agora engordaram a classe C e alteraram o padrao de consumo de um enorme contingente de pessoas. Porém, uma coisa é ler pesquisas e matérias sobre esse assunto. Outra, bem diferente, é ver e ouvir essa gente contando suas histórias. E foi isso o que fez a Limo Inc, empresa de estratégia de comunicaçao dirigida por Laura Chiavone, anterior aqui. Com base em uma extensa pesquisa, que incluiu mais de 2 mil entrevistas com brasileiros das classes A, B e C e 30 entrevistas etnográficas, a Limo produziu um interessantíssimo documentário de 37 minutos sobre o processo de mobilidade social testemunhado pelo país nos últimos anos, intitulado ‘Breakonsumers’. O resultado emociona, faz pensar e traz a convicçao de que o país mudou de maneira irreversível.

Os resultados da pesquisa mostram que os brasileiros que pertencem a classe C descobriram que podem ter acesso a bens e serviços que antes julgavam inalcançáveis – carros, casa própria, eletrodomésticos, viagens, TV paga, cursos universitários, computadores e internet de banda larga, entre outras coisas. “Tudo o que eu quero eu posso ter” – repetem os personagens reais do filme. Nesse cenário, faz sentido que 80% dos entrevistados digam que se tornaram pessoas mais exigentes nos últimos anos. Mas enganam-se os que pensam que essa nova classe média, para ver seus sonhos de consumo realizados, contenta-se com produtos inferiores. Eles querem o que é bom. Isso significa comprar geladeiras ‘frost free’, TVs de tela grande, carro zero e marcas de primeira linha. Qualidade para essa gente é fundamental. Isso nao significa que eles nao experimentem novidades. Muito pelo contrário – 65% dos entrevistados costumam arriscar experimentando e comprando novas marcas, segundo a pesquisa.

Bom exemplo disso sao as marcas próprias dos supermercados, que desempenham papel importante no desafio enfrentado pela classe C de fazer com que as compras caibam no orçamento familiar. Afinal, estao associadas a qualidade e ainda por cima carregam o aval de uma empresa conhecida. Por isso, muitas vezes acabam substituindo marcas líderes no carrinho de compras dessas pessoas. Curiosamente, também os consumidores das classes altas estao aderindo as marcas próprias, na certeza de que elas sao tao boas quanto as outras. Aliás, da mesma maneira como os mais pobres convivem com itens caros, os mais ricos buscam pechinchas em centros de compras populares, como a regiao da Rua 25 de Março, em Sao Paulo. O que leva a Limo Inc a constatar uma convergência de comportamento entre as classes A, B e C em várias ocasioes.

A principal conclusao do trabalho, porém, é que o foco dos consumidores brasileiros está mudando gradualmente da aquisiçao de bens materiais para o investimento em educaçao e conhecimento, condiçoes essenciais para a manutençao do padrao alcançado. Em outras palavras, agora que experimentaram o doce gosto da conquista, alguns lutam para manter o status e outros querem continuar progredindo. E sabem que a chave para isso está no desenvolvimento pessoal. Isto pode ser uma grande oportunidade para marcas dispostas a participar desse processo, por exemplo, patrocinando eventos e veiculando campanhas que ajudem a nova classe média a compreender o mundo em que vive e a lidar melhor com as coisas do dia-a-dia, como tecnologia, dinheiro, saúde e alimentaçao.

O estudo será comercializado pela Limo a partir do dia 20 de novembro.

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