“A síndrome do impostor é um fenômeno pelo qual pessoas capacitadas sofrem de uma inferioridade ilusória, achando que não são tão capacitados assim e subestimando as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles.” (Wikipédia)
“Será que sou uma fraude?”, “Será que sou boa o suficiente para aceitar um novo cargo?” “Será que devo assumir um outro projeto?” Estas questões estão impregnando nosso currículo há muito tempo. Nosso autorretrato precisa ganhar mais cores. Como uma das tantas “clientes coercitivas” desta síndrome, sei como ela pode minimizar quem somos e limitar nossas expectativas de crescimento.
A frase “A criança é o pai do homem” de William Wordsworth faz muito sentido; algumas experiências da infância não ficam na infância, elas nos seguem, moldam e criam gatilhos que nos paralisam. Dá a impressão de que nossa maturidade não se desenvolveu para atuar no ambiente corporativo, embora as evidências e realizações mostrem o contrário. Fazer o melhor parece não ser o suficiente, corremos o tempo todo atrás da perfeição, trabalhamos demais, queremos resolver problemas, somos people pleasers – buscamos aprovação de todos, nunca reclamamos ou dizemos não, e então morremos de cansaço, raiva e frustração.
Existe o que a gente sabe, e existe a percepção dos outros; nos preocupamos como os outros nos enxergam – será que eles acreditam no nosso conhecimento? E às vezes temos dúvidas da nossa própria experiência, o que apenas reforça o fato de que somos humanos, imperfeitos, vulneráveis, inseguros, e que eu saiba, isto nunca foi crime. Crime é acreditar que não somos bons o suficiente para nos candidatarmos a uma vaga, mudar de empresa, mudar de área. Crime é achar que não merecemos um aumento ou promoção porque não conseguimos ver o nosso real valor. Dá a impressão que existe uma criança muito ditadora e crítica dentro da gente, parece aquele espelho que distorce nossa imagem. Mas a gente aprende com o passar dos (d)anos.
Brené Brown, autora do livro A Coragem de Ser Imperfeito, fala que “fazemos uso de um verdadeiro arsenal contra a vergonha de nos expor e a sensação de não sermos bons o bastante”, porém ela também escreveu uma frase muito interessante sobre isto: “Um dia você vai contar a história de como superou os desafios da sua vida, e isto será o guia de sobrevivência para alguém”. Autoestima não é o excesso de confiança, é saber aceitar sua individualidade e o seu valor.
Gladis