“Colhemos o que plantamos. Não jogue lixo, jogue sementes!” (Autor Desconhecido)
Sustentabilidade está na pauta
dos negócios! Já ficou clara a necessidade de nos educarmos sobre o assunto, já
nos demos conta do rastro de destruição que o consumo deixa desde a produção até
o descarte; e já estamos cientes de que o planeta pede socorro! O assunto é
abrangente: tem a ver com atuação geográfica: global, nacional, local, individual,
urbana ou rural; pode ser analisado através de aspectos econômicos, sociais e
ambientais – ou pela lente dos negócios, seja através de ações governamentais
ou corporativas; o tema é inesgotável!
A questão é que o consumo – um
dos protagonistas neste enredo – envolve a percepção de crescimento, riqueza,
poder, sucesso, tópicos que impactam fortemente na arquitetura da sustentabilidade.
Enquanto existe uma corrente que alerta para o consumo consciente, economia
circular, solidária, cuidados com as compras por impulso, upcycling
(reutilização de itens), o mercado diz: “Compre e seja feliz!”, mantra válido
para eletrodomésticos, tecnologia, moda, carros, cosméticos e uma infinidade de
itens. Parece que a obsolescência perceptiva está dando as cartas, nem precisa
ser funcional ou programada, apenas compre.
De qualquer forma, nunca se
pensou tanto no assunto como agora. As crianças estão engajadas, compras no
supermercado são feitas com mais cuidado e uma consciência se forma na
sociedade. Por isso é que me chamou a atenção uma matéria apresentada no
programa “Café com Jornal” da BandNews, no último dia 19, saiba mais aqui: https://bit.ly/2MeVMEH.
A matéria tem a interessante chamada “Ecologicamente correto: nem tudo que
reluz é “verde”, e faz um alerta sobre produtos vendidos como ecologicamente corretos,
“green” ou “ecofriendly“, mas que na realidade não são. Este “greenwashing“, a postura “verde”
que algumas empresas adotam, não agrega credibilidade porque alguns
consumidores já sabem diferenciar o que é autêntico ou não. As empresas
precisam estar envolvidas com ecologia, responsabilidade econômica e social e atentas
com seus métodos de produção e distribuição, incluindo até a certificação de parceiros
e fornecedores, já que sustentabilidade envolve toda a cadeia de valor.
A matéria citada relata que
uma pesquisa do IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor – analisou mais de 500
produtos de higiene, limpeza, cosméticos e utilidades domésticas e concluiu que
quase 50% dos produtos apresentava informações falsas ou imprecisas sobre
sustentabilidade nos rótulos, itens que tornam o produto, inclusive, mais caro.
São as mentiras “verdes”. Ocorre que algumas empresas – no afã de parecerem moderninhas,
acham interessante surfar esta onda. Com mensagens vagas e ícones ligados a
natureza (globos, folhas verdes, reciclagem), se colocam como verdadeiras guardiãs
do planeta. Para elas, ser “green” é apenas um modismo, não faz parte de
sua estratégia a longo prazo, justamente aquilo que a sustentabilidade tem como
premissa: criar um planeta sadio, no qual as
pessoas possam encontrar as condições necessárias para a sua sobrevivência e
para futuras gerações. Um ilustração da
embalagem por si só não significa sustentabilidade.
Por enquanto, na batalha
homem x natureza, a natureza está em desvantagem e vai ser assim, até que a
vida se torne impossível e inviável, porque a escassez de alimentos, um dos
perversos efeitos colaterais do crescimento irracional, traz fome e ela mata. E
não é vingança do planeta, é a consequência das nossas atitudes.