Em 2013, o Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo, Sindeprestem, apresentou números animadores, que indicavam o Brasil como o segundo maior mercado do mundo para trabalhadores contratados por período pré-estabelecido. A Luandre, consultoria de RH e em processos seletivos, reuniu dados para mostrar que essa modalidade, além de prolífera, é uma oportunidade para quem está no começo da carreira garantir a primeira anotação na carteira de trabalho. “Cerca de 36% dos nossos temporários estão em seu primeiro emprego”, afirma Juliana Constantino, cell leader da unidade Matriz da Luandre. “Em 2013, por exemplo, foram 15 mil contratados com idades entre 16 e 19 anos, metade deles efetivado no fim do período”, completa.
Se, por um lado, o trabalho temporário amplia as oportunidades para jovens com pouca ou nenhuma experiência mostrarem o potencial, por outro é um excelente “laboratório” para as empresas. “Ele permite avaliar o desempenho do funcionário em um espaço de tempo maior e com menos burocracia para o contratante”, elenca Juliana. Num movimento de mão dupla, o modalidade também garante ao jovem avaliar se aquela função se enquadra em seu perfil. Esta nova geração, que cresceu em um momento mais aquecido do mercado de trabalho, valoriza uma identificação maior com a atividade profissional. “A escolha feita ao início do curso superior pode ou não permanecer a mesma”, explica Andreza Braga, consultora da Luandre. “Neste sentido, o trabalho temporário pode ser estratégico para ele testar determinada posição antes de iniciar uma relação profissional de longo prazo”.
Na hora de selecionar o candidato sem experiência prévia, o profissional de RH vale-se das competências que podem ser notadas sem comprovação no currículo. “No processo seletivo, valorizamos as habilidades, atitudes e preferências, que são explícitas nas experiências pessoais do jovem, seja no âmbito familiar, educacional e social”, analisa Michelle Vieira, consultora da Luandre.