Autora: Isabella Nóbrega
Podemos começar esse texto relembrando a cena do filme Tropa de Elite, onde o personagem Capitão Nascimento, interpretado pelo ator Wagner Moura, afirma: “Nossos homens são treinados na base da porrada, para entrar aqui eles têm que provar que aguentam a pressão. De cada 100 PM´s que tentam fazer o curso do Bope apenas cinco chegam ao fim, nem o exército de Israel treina soldados como a gente…”
Alguns podem pensar que estou pegando pesado demais nessa comparação Bope X Mercado, mas, sinceramente? Não estou. Os policiais que se inscrevem para um batalhão desses podem ficar na zona de conforto? E você, quando aceita estar dentro de uma empresa, pode ficar na zona de conforto? Como esse policial que chegou ao fim e se graduou para ser um oficial do Bope encara a pressão? E você, como tem encarado a pressão no seu trabalho ou empresa? Como você tem enfrentado essas cobranças?
Não entendam as afirmações acima como comparativos de liderança, mas sim de posicionamento em um mercado extremamente agressivo, no qual a concorrência está chegando a níveis nunca antes vivenciados. Ou você se diferencia e está à frente, ou você perde aquele espaço para alguém mais preparado.
Porém, todos os textos que falam sobre adaptação se posicionam da seguinte forma: adapte-se ou fique para trás, ou seja, reaja ou o mercado vai te abandonar. Mas há um outro lado, o da liderança que, muitas vezes, é massacrada e apontada como a culpada pelo desligamento de pessoas nas organizações.
Nem preciso citar, que estou falando de líderes com ética, que tentaram de tudo para incorporar as pessoas às novas visões e planejamentos de uma mudança organizacional ou, simplesmente, a uma reinvenção de cultura, afinal, quem não tem que se reinventar hoje? O tempo todo?
Então, apesar desses processos serem sofridos, precisamos reagir. Como seria reagir? Sair da zona de conforto. Deixar para trás os antigos hábitos e se permitir acreditar no novo.
Se estamos em um mercado voraz, no qual temos pessoas falando de “crise”, globalização, velocidade de informações, concorrência que ultrapassa o oceano, porque vamos continuar mantendo os velhos hábitos e esperar que o seu líder lhe diga “Infelizmente você não faz mais parte da nossa empresa”; ou qualquer outra argumentação como: “Não está dentro do perfil que estamos precisando no momento” etc? Seja auto responsável. Se você não está conseguindo abandonar os velhos hábitos, poupe sua organização e seu líder desta tarefa.
O pior de tudo é a pessoa que sabe que está defasada, mas aceita o não crescer, o não aprender e, principalmente, o não experimentar, sair jogando aos sete ventos que foi injustiçada e colocar a culpa em “algozes”.
Permita-se experimentar a mudança, pense nos benefícios que ela pode lhe trazer. E, mesmo que ela não lhe pareça atraente, tente!
Temos que partir do pressuposto que a empresa nunca vai se adaptar exclusivamente às suas necessidades. Então, você terá sempre que estar preparado para as transformações que podem ocorrer internamente. Respeitar essas mudanças e comprar a ideia lhe fará começar a agir de forma diferente.
Quando as transformações dentro da organização já tomaram uma proporção a nível estratégico, ir contra é um suicídio. Então vamos combinar uma coisa? Se, apesar de tudo isso, você ainda não conseguiu se adaptar, peça para sair.
Isabella Nóbrega é coach com certificação internacional, analista comportamental, palestrante, consultora Sebrae e empresária na Trampolim Consultoria.