Autor: Eduardo Ferraz
Reter talentos tem sido um grande desafio para a maioria das companhias. Estudo da consultoria internacional Hay Group realizado com 83 empresas brasileiras, revela que 43% estão muito preocupadas em criar estratégias para manter os melhores profissionais. Segundo o estudo, 79% das empresas procura investir no desenvolvimento de carreira de seus funcionários para, além de motivá-los, evitar perdê-los.
É comum, portanto, observarmos no ambiente corporativo, fórmulas prontas sobre como “motivar a sua equipe”. É fácil encontrar treinamentos, consultorias e diversas empresas que prometem resultados fantásticos em curtíssimo prazo. Porém, segundo o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, o processo não se resume a um simples formato padrão, que possa ser aplicado para todos os tipos de pessoas e empresas. A questão é: por que regras prontas funcionariam para todos se cada indivíduo pensa, age e se motiva de diferentes maneiras?
Essas análises começaram a ser feitas com mais profundidade, a partir da década de 1950, quando o psicólogo americano Abraham Maslow, formulou a base de sua mais famosa teoria, na qual ressalta que as motivações dependem das necessidades psicológicas das pessoas. A explicação é que a produtividade está diretamente ligada aos motivadores de cada um. Identificar a “equação motivadora” de cada funcionário é fundamental para garantir um ambiente coorporativo mais produtivo.
Eduardo Ferraz afirma que as empresas têm quatro moedas de troca ou fatores que motivam as pessoas, sendo elas:
1° Dinheiro – Está relacionado ao salário, comissão, 13°, bônus e outros mecanismos de recompensa monetária;
2° Segurança – Tem relação com a estabilidade do emprego, regras claras e um bom ambiente de trabalho.
3° Aprendizado – É todo conhecimento que a empresa proporciona por meio de treinamentos formais e do aprendizado informal que se adquire durante o período de trabalho;
4° Status – É como a empresa proporciona aprovação social ao indivíduo: elogios públicos, promoções e reconhecimento têm a ver com esta “moeda”.
É incomum, uma pessoa ter 25% de cada motivador, já que cada indivíduo tem necessidades em diferentes intensidades. Algumas pessoas desejam ganhar mais dinheiro, outras preferem segurança, outras status, e há indivíduos que tem o aprendizado como fator mais importante.
Se você oferece alto salário como o principal motivador, por exemplo, procure profissionais que se sentem motivados ganhando bem, e não se importam em ter pouca qualidade de vida. Se sua empresa oferece um excelente aprendizado, valorize e contrate quem gosta muito de aprender e assim por diante.
Portanto não existe uma equação ideal para conseguir administrar bem um negócio. Para obter um ambiente de trabalho saudável e produtivo para ambas as partes, é fundamental identificar os valores da empresa, e contratar e manter pessoas com as motivações alinhadas a estes valores.
Eduardo Ferraz é consultor em gestão de pessoas.