Autor: Norberto Chadad
Nos últimos tempos, tornou-se assunto corriqueiro nas rodas de RH, tentar de todas as formas incentivar as empresas a disporem de tempo e dinheiro no sentido de reter talentos, não se levando em consideração, o fato de que está cada vez mais difícil encontrar profissionais comprometidos e que entendam que carreira é responsabilidade do indivíduo e não da empresa.
Com frequência se ouve: “fulano ou fulana precisa ganhar mais” ou “ele ou ela pode ser promovido”. Em que se baseiam estes pedidos? Tempo de empresa não é fator decisório para um aumento ou uma promoção.
Novamente, temos que observar que cada vez mais os direitos são reivindicados, mas as obrigações não são cumpridas. Empresas vivem de resultados positivos, logo, sem eles, não será possível a manutenção dos empregos. Existem ainda as pesadíssimas obrigações trabalhistas para nos impor elevados custos de desligamentos, bem como treinamento de novos colaboradores ter um alto gasto, difícil de ser mensurado.
O Seguro Desemprego é outra variável complicada de ser administrada, pois é mais uma ilusão que o populismo trouxe para fazer (pasmem!!!) com que maus profissionais fiquem na empresa apenas o tempo suficiente e, posteriormente, pedirem seus desligamentos tendo direito ao ilusório seguro.
Pontualidade é outro fator marcante na performance de um profissional que quer crescer: o número de horas trabalhadas é variável crucial de um bom desempenho, pois as 44 horas que a CLT determina como máximo semanal permitido têm que ser rigorosamente bem aproveitadas.
Dispensar um profissional por baixo rendimento ou por excesso de faltas e atrasos é fato desagradável, mas infelizmente frequente. Ainda no período de experiência muitos colaboradores incorrem nestas falhas e aí novamente perguntamos: “onde a empresa é responsável?” O próprio colaborador inicia seu trabalho já com faltas frequentes, atrasos diários; e a empresa é a culpada?
Nenhuma empresa demite por prazer, demite porque a conjuntura econômica exige um ajuste; porque o profissional não se ajusta à cultura da empresa; ou, na esmagadora maioria dos casos, porque ele é ineficiente.
Outra afirmação frequente é “o clima não está bom”, porém quem faz o clima de um departamento não é a empresa, e sim, os próprios colaboradores. É preciso respeitar o próximo para ser respeitado, portando-se como um verdadeiro profissional: amar incondicionalmente o que faz, cumprir as tarefas dentro do prazo estabelecido, ser educado com todos, estar aberto a aprender algo a cada dia, planejar seu futuro profissional espelhando-se em alguém que admire. Vejam em resumo um mini planejamento de carreira:
1. Trocar e buscar experiências – estar ao lado de pessoas que possam agregar.
2. Estar disponível SEMPRE – o que importa é aprender.
3. Ter brilho nos olhos – fazer o que gosta.
4. Empatia: como eu quero ser tratado? – assim eu também trato o outro.
5. Nada acontece por acaso – tudo é uma construção. Faça mais! Comunique-se! Pergunte! Faça-se notar! Olhe o futuro! Tenha um mentor!
As empresas que cumprem rigorosamente as obrigações trabalhistas, tributárias e societárias, que pagam os salários corretamente em dia, propiciam um ambiente físico e corporativo saudável, portanto, têm o direito de perguntar: Você está fazendo a sua parte?
Norberto Chadad é CEO da Thomas Case & Associados.