É pior ficar desempregado ou sobrecarregado?


Sempre que se fala em corte de funcionários pelos corredores das empresas, as pessoas entram em pânico. Do ponto de vista do empregado, não há resultado bom: ou ele fica desempregado, ou ainda mais sobrecarregado nas atividades. “Poucas são as empresas que ´preparam o terreno´, ou seja, que planejam o remanejamento de pessoal de modo a não afetar os processos operacionais e manter a excelência desejada pelos clientes. O mais freqüente é ´sobrarem´ profissionais experientes e de ótimo nível, mas que acabam tendo de selecionar o que fazer primeiro”, diz Carmo Del Pino consultora Six Sigma Institute do Brasil.

No curto prazo, a consultora acredita que as demissões – tanto em massa, como de cargos executivos – podem representar retenção de gastos. Mas, acabam deteriorando os processos de trabalho, a qualidade dos produtos e serviços, a satisfação dos clientes e, inclusive, a motivação das pessoas. “Faz parte do ´código genético´ das empresas buscar a eficiência de custos. Só que esse processo tem de ser feito de maneira mais científica. Tem executivo financeiro que sai ´atirando para todos os lados´, cortando cafezinho, serviços de limpeza, manutenção, etc. Aplicando o princípio básico do Seis Sigma, metodologia que otimiza processos e busca eficiência de custos atuando nas causas vitais – e não nos efeitos -, é possível identificar desperdícios realmente importantes e corrigi-los”, diz a consultora.

Carmo diz que é comum identificar um ´inchaço´ no quadro de funcionários. “O excesso de mão-de-obra pode se dar, inclusive, devido a falhas nos processos, erros ou não-conformidades, retrabalhos e defeitos nos produtos. Neste caso, antes de dispensar a mão-de-obra supostamente excedente, que é um ´efeito´, é importante buscar as ´causas´. Caso contrário, a situação só vai se agravar”, explica.

Rever a crença de que demissão coletiva é uma forma de ajustar fluxo de caixa pode trazer muitos ganhos financeiros sem perder força de trabalho, motivação da equipe e satisfação do cliente. “A aplicação da metodologia Six Sigma extrai o abstrato da tomada de decisão. Sendo totalmente baseada em dados, estimula o grupo ao comprometimento de buscar melhores resultados e aproveita algo muito importante que se perde nas demissões: a experiência dos profissionais e conhecimento que têm das necessidades dos clientes”, avalia a consultora.

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