Um novo passo: corrigir os pontos limitantes



Autor: Eduardo Ferraz

 

A maior prioridade na vida de quem quer evoluir profissionalmente deveria ser descobrir quais são seus talentos e aperfeiçoá-los.  Ao mesmo tempo, seus pontos fracos – aquelas áreas onde você tem pouca aptidão, mas não o atrapalham em nada, devem ser deixados de lado.

 

Mas existem também os pontos limitantes e é sobre eles que vamos falar neste artigo. Ponto limitante é um ponto fraco que realmente está prejudicando seu crescimento profissional e, portanto, deve ser corrigido. A timidez, por exemplo, só será um ponto limitante se estiver de alguma forma atrapalhando sua carreira!

 

Se uma pessoa tímida tem de se apresentar em público, mesmo que com pouca frequência, e obtém um mau desempenho, a introversão realmente torna-se um fator limitante. Se quiser continuar a exercer essa função, terá de fazer um bom curso de oratória para atenuar essa dificuldade, mesmo sabendo que isso não vai transformá-la em uma grande oradora ou torná-la extrovertida. Um bom treinamento técnico vai ajudá-la a diminuir esse limitador e melhorar seu acabamento, já que a introversão é estrutural e não vai mudar muito.

 

O professor mais brilhante que já conheci era gago até os 25 anos. Convenhamos que a gagueira para quem quer dar aulas é um ponto limitante. Esse professor contou-me que fez vários cursos de oratória, participou de aulas de teatro, teve sessões de fonoaudiologia e não sossegou enquanto não atenuou bastante esse limitador. Ele sempre foi intelectualmente brilhante, ajustou o acabamento, mas principalmente teve oportunidade de mostrar seus pontos fortes ao controlar esse limitante.

 

Outro caso é o de uma gerente comercial dinâmica, rápida de raciocínio e bem relacionada. Entretanto, mesmo tendo terceiro grau completo, seu ponto limitante era escrever muito mal, principalmente e-mails, a ponto de ser motivo de chacotas na empresa. Ela decidiu fazer aulas particulares e descobriu que usar melhor a gramática não a transformaria em grande escritora, mas a técnica seria suficiente para atenuar esse ponto limitante, dando chance para que seus talentos aparecessem.

 

No entanto, atenção: a maioria das pessoas só consegue consertar um ponto limitante de cada vez, pois a energia e o tempo gastos serão enormes, dada a dificuldade de aprimorar tarefas para as quais não se tem talento ou afinidade. Por isso, quando alguém me diz que está em um trabalho ou uma profissão que exige ajustes de três ou mais pontos limitantes, meu conselho é simples: “Mude de emprego ou profissão, pois você está na função errada.”

 

Controlar um ponto limitante, ou seja, passar de nota 1 para nota 4 (numa escala de 1 a 10) em alguma tarefa, só vale a pena se isso lhe der a oportunidade de mostrar resultados naquelas áreas onde você já é muito bom!

 

Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas e especialista em treinamentos usando como base a neurociência comportamental.

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