A evolução do cartão de crédito



O principal desafio para o mercado brasileiro de cartões de crédito não é mais substituir o cheque, cada vez menos utilizado, e sim o dinheiro. Entretanto, mesmo com as facilidades oferecidas pelos cartões de crédito, ainda é expressivo o número de consumidores que resiste à moeda de plástico. Nesse cenário, existem caminhos para as operadoras de cartões tomarem o lugar das transações pagas em dinheiro, aumentando o seu share of wallet? Quais inovações tecnológicas possibilitariam mudar a rota e quais seriam os entraves para a aceitação e implementação das novidades?

 

Para responder a esses e outros questionamentos, a TNS InterScience realizou um estudo qualitativo, em parceria com a consultoria Parner Conhecimento. A pesquisa, realizada na cidade de São Paulo, com pessoas bancarizadas de 25 a 55 anos, das classes A2, B e C, possuidoras de cartão de crédito e que se enquadram na categoria “future shapers” (consumidores informados e ativos que agem como influenciadores) de cartões de crédito, constatou que uma das oportunidades detectadas para a expansão do plástico é o pequeno varejo, onde o pagamento de pequenas despesas diárias geralmente é feito em espécie.

 

De acordo com o estudo, os principais limitadores de uso dos cartões de crédito são a associação a gastos de maior valor; a sensação de descontrole financeiro; a falta de praticidade (lentidão da fila de pagamento); a necessidade de assinatura e apresentação de documentos, além de segurança (clonagem/saques indevidos) e limitação de aceitação no varejo. Diante dessas barreiras, a convergência de novas tecnologias surge como alternativa para a transição do dinheiro para o plástico.

 

Novas tecnologias – Nos Estados Unidos e Europa, a tecnologia Contactless teve adesão expressiva. Ela permite pagar contas de até US$ 25 com o cartão de crédito e o usuário não precisa entregar o plástico ao vendedor, que se limita a digitar o valor a ser pago e a passar o cartão no aparelho de leitura ótica. No Brasil, o Contacless foi a ferramenta mais bem avaliada pelo público jovem. “Eles acreditam que o sistema pode eliminar o constrangimento de passar um valor menor de crédito”, conta Felipe Menezes, gerente de negócios da TNS InterScience.

 

Mas por não oferecer nenhuma segurança extra (presente nos cartões com chips), o sistema gera desconforto. Embora o cartão não possa ser clonado, existe a possibilidade de qualquer pessoa, além do usuário, poder utilizá-lo. Uma das conclusões do estudo é que os usuários de cartões com chip no Brasil tendem a ser mais críticos em relação a itens de segurança que garantam a transação financeira.

 

O mobile payment é a maior aposta das emissoras de cartões e instituições financeiras nos próximos anos. O Brasil tem quase 102 milhões de celulares, o mesmo número de cartões de crédito e 70 milhões de contas correntes ativas. Segundo o estudo GTI, realizado pela TNS em 20 países em novembro de 2007, 27% dos usuários de celular têm interesse na utilização de Mobile Wallet nos próximos 12 meses.

 

Usar o celular como cartão de crédito no lugar do plástico foi um recurso avaliado pelos entrevistados “maduros” como uma forma segura de pagamento, uma vez que o plástico não aparece na transação, impossibilitando a identificação por outras pessoas. Já os jovens, embora não entendam totalmente o conceito, associam o MW à tecnologia atualmente em uso no Japão e a classificam como “inteligente” e “prática”, uma vez que pode ser levada a lugares onde eles normalmente carregam pouco volume, como praia, balada, shows e cinema.

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