Autor: José Roberto Kracochansky
Colocar soluções tecnológicas à disposição de seus clientes – ávidos por experiências mais completas na era digital e, também, mais exigentes e de olho na segurança de seus dados – é um desafio frequente para as empresas. E olhando para o setor financeiro, esse movimento se faz ainda mais necessário, seguindo uma tendência inovadora. De acordo com a Pesquisa Tecnologia Bancária 2018, da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), 80% das instituições do setor disseram que apostam em inteligência artificial e em computação cognitiva para atender aos movimentos de mercado.
Vale dizer também acerca do conceito de Open Banking – e sua busca em reunir instituições bancárias, fintechs e demais companhias dessa indústria. O objetivo: propiciar mais agilidade e uniformidade em seus serviços, além de gerar engajamento de seus públicos a partir dessa integração.
Enquanto a indústria financeira se esforça nessa trilha de inovação, o seu público mira em soluções que tragam praticidade e entregue agilidade. Prova disso é o crescimento de 70% das transações financeiras executadas via aplicativos de celular no Brasil em 2017. Foram quase 26 bilhões delas realizadas por mobile, conforme a Febraban. No ano passado, o país foi o quarto com mais downloads de apps: cerca de 6 bilhões, segundo levantamento da App Annie – responsável por análises acerca do mercado de aplicativos em dispositivos móveis mundo afora. E a perspectiva para 2022? Alcançar os 8 bilhões de downloads/ano.
Diante desse comportamento, na hora de pagar por um produto ou serviço, cada vez mais o cidadão adota outras soluções em detrimento do dinheiro em espécie. Somente no 1º semestre de 2018, o Brasil registrou 8,8 bilhões de transações com cartões (considerando as modalidades débito, crédito e pré-pago), aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2017, aponta dado da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (Abecs). Na Suécia, por exemplo, apenas 2% dos pagamentos são feitos por meio de cédulas ou moedas, e, até 2021, a pretensão é reduzir para 0,5%, diz o Banco Central sueco.
Entretanto, a tendência é que até mesmo a utilização do cartão físico se torne menor nos próximos anos. Isso porque o protagonismo deverá ser dos wearables, e também das soluções embarcadas nos telefones celulares. A utilização mais frequente de transações eletrônicas e moedas virtuais, além de autenticação de pagamentos por biometria e leitura por proximidade, serão outros avanços que ampliarão as formas como é possível pagar por um produto ou serviço.
Desafio proposto às empresas, especialmente àquelas do setor financeiro e de meios de pagamento, desafio aceito. Esforço concentrado em vista de tornar a experiência do consumidor mais completa, bem como eficiente e segura.
José Roberto Kracochansky é CEO Latam da WEX.