Autora: Juliana de Moraes
Comunicar o produto, comunicar o serviço, comunicar a equipe. Em tempos de competitividade exagerada, mostrar o trabalho que é feito e engajar as pessoas em favor das próprias realizações tornou-se obrigação. E não é para menos, já que não faltam concorrentes com interesse nos espaços ocupados por cada um de nós.
Diante disso, fazer marketing é mais uma palavra de ordem nos dias de hoje. E quando digo fazer marketing, é no sentido de informar, dar publicidade à atuação da empresa junto aos clientes, às ações lideradas pelas instituições junto aos associados e ao trabalho realizado pelas equipes de profissionais, agregando valor ao conjunto da “obra” e reconhecimento por parte do público.
Apesar disso, tenho que admitir que comunicar não é tão simples quanto parece ser. Envolve o desenvolvimento de uma atividade paralela ao objeto do negócio, e que pede dedicação em mesmo grau daquela dedicada à realização da própria tarefa.
Fazer comunicação exige mais do que algum conhecimento específico. É preciso planejamento para que o fluxo de informações seja contínuo e alcance tal importância que seja capaz de entrar na “pauta” do dia. A relevância e seriedade das informações transmitidas devem ser admitidas pelo público-alvo das mensagens, fazendo parte de suas rotinas, assim como ler o jornal, ouvir a notícia do rádio e assistir ao programa de TV são importantes para a atualização.
Neste contexto, a experiência que adquiri tem mostrado que a máxima “o ótimo é inimigo do bom” nunca foi tão verdadeira. Isso porque, sob o pretexto de querer sempre fazer a melhor comunicação, muitas vezes não se faz nada – o que é um erro.
O risco que a comunicação traz não reside no fato de ser modesta, mas no fato de não ser bem conduzida, levando a um baixo aproveitamento do esforço dedicado e prejuízo à credibilidade da “marca”. Mas, ainda que dentro de um projeto pequeno, uma vez bem planejada e realizada, a comunicação será sempre capaz de promover os resultados almejados.
Confiança não se conquista do dia para noite, credibilidade também não. É por esta razão que projetos de comunicação podem, perfeitamente, começar “pequenos”, sem qualquer prejuízo para a marca da empresa e instituição. Enquanto isso, aprende-se a conhecer melhor o público-alvo da informação, o que possibilita a criação e desenvolvimento de conteúdo cada vez mais adequado aos seus interesses.
O que, a meu ver, deve-se evitar é trabalharmos no campo do ideal e, ao mesmo tempo, nada fazer. Afinal, se não cuidarmos de valorizar os produtos e serviços criados e desenvolvidos por nós, quem o fará? Por outro lado, não faltam concorrentes atentos e dispostos a reproduzir modelos de trabalho vencedores, atribuindo a si mesmos a autoria e o sucesso!
Ou seja, informar e agregar valor ao negócio são medidas indispensáveis – sobre isso, quem vai discutir? E, o melhor projeto de comunicação não é, necessariamente, aquele que abrange todas as mídias e está traduzido nas linguagens de todos os canais de comunicação frequentados pelo público que queremos atingir… Trata-se de algo bem mais simples porque é aquele que é possível de ser assumido e concretizado.
Juliana de Moraes é sócia da Moraes Mahlmeister Comunicação.