Alencar Gomes Jr.
Em ano de eleição para Presidente da República, temos também um dos eventos esportivos mais importantes do planeta, a Copa do Mundo. Como bons amantes do esporte bretão, e não tão apaixonados por assuntos que envolvem política, a maioria dos brasileiros tenderá a centrar as atenções para o mundial de futebol. Todavia, lembremos que diferentemente do evento esportivo, o resultado das urnas irá perdurar por, no mínimo, quatro anos.
No campo da economia, que anda de mãos dadas com a política, o clima que envolve as eleições deve ser muito diferente daquele por qual passamos em 2002. É imperativo ressaltarmos a taxa de câmbio, que naquela ocasião, deu um sobressalto causando impactos diretos nas transações comerciais com o exterior e, principalmente nas expectativas inflacionárias. Isto não deve ocorrer desta vez.
Isto porque, felizmente, tanto governo como oposição tendem a dar continuidade na condução da economia que pode ser resumida em três pilares: câmbio flutuante, metas de inflação e certa autonomia dada ao Banco Central. Ademais, ainda impulsionado pelos bons ventos da economia mundial, os indicadores apontam para um ano com crescimento mais expressivo, menores taxas de juros e maior atividade produtiva.
Do campo esportivo, além do hexa, podemos esperar impactos positivos em setores como comércio de materiais esportivos e eletrodomésticos, especialmente com a venda de televisores.
Por fim, fica a torcida para que o Brasil obtenha sucesso não apenas na copa, mas essencialmente no campo político. Isto porque, não fossem os infortúnios que mais uma vez figuram em nossa recente historia, poderíamos estar vivenciando um período mais próspero e justo.
Alencar Gomes Jr, economista e perito, Máster in Business Economics pela USP com extensão em Economia e Estratégia pela Université de Grenoble II/França, é professor universitário.
Colaborou Ailton Xarim Mendes, graduando em Economia pela PUC/SP.