O Brasil está começando a superar o ciclo “decepcionante” de crescimento apresentado nos últimos dois anos, na avaliação do economista-chefe do Grupo Allianz no mundo, Michael Heise. Considerado um dos principais economistas da Alemanha, com passagens pelo governo e grandes bancos do país, ele esteve em São Paulo nesta quinta-feira, 24.10, para participar do Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas da Allianz, cujo tema deste foi “Mudanças demográficas, um problema mundial: como minimizar seus efeitos na economia”.
De acordo com Heise, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá ser de 2,6% para 2013, mantendo um nível de crescimento de pelo menos 2,5% a partir de 2014. “O Brasil não manterá os mesmo níveis de expansão de alguns anos atrás, quando chegou ao seu pico, mas sem dúvida mostra capacidade de crescimento daqui para frente, cumprindo um papel importante para a recuperação da economia mundial”, afirma o economista.
Um dos fatores importantes para essa mudança de cenários, para Heise, são os sinais de melhora nos indicadores econômicos dos países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos, que sinaliza com uma forte recuperação de sua indústria, puxada pela queda dos custos de energia com a exploração do gás de xisto e um novo ciclo de pujança corporativa, em segmentos como o automotivo. Heise também é otimista com o cenário da União Europeia, destacando que os ajustes macroeconômicos na eurozona estão começando a surtir efeito.
“Para o Brasil, também pesa bastante a recuperação da atividade na China”, afirma. Na opinião do economista-chefe do Grupo Allianz, os grandes países emergentes, depois de ter sofrido os efeitos da crise de 2008, irão aumentar seu peso na economia mundial e serão beneficiados ainda pela retomada do fluxo de capital de investimento, que sofreu uma forte retração pós-crise.