Autor: Marcio Figueira
A inteligência Artificial tem sido tema recorrente nas discussões atuais sobre marketing. De acordo com relatório divulgado pelo MarketsandMarkets, a indústria de Inteligência Artificial deve ultrapassar os US$ 5 bilhões até 2020, com previsão de crescimento anual (CAGR) de 53,65%.
Mais do que olhar para status social, região demográfica, ou saber por onde o potencial cliente andou navegando, a segmentação comportamental agrega entendimento sobre os valores, crenças ou estilo de vida, chamados de variáveis atitudinais ou Marketing de Comportamento.
Essa análise mais profunda pode ser descrita como a maneira que seus clientes enxergam o mundo. Relaciona atitudes, crenças e até padrões psicológicos com o objeto a que se quer oferecer ao público. A intuição passa a ser utilizada nessa simulação da inteligência humana, fazendo com que as iniciativas sejam cada vez mais cirúrgicas.
Conteúdo e as etapas no comportamento do usuário
Em um mundo cada vez mais globalizado e em constante movimento, ninguém quer perder tempo com o que não é interessante. Uma pesquisa realizada pela Salesforce, aponta que 55% dos consumidores e 75% dos líderes de vendas esperam receber ofertas personalizadas. Estamos diante da era da personalização, do empoderamento e autonomia das pessoas. E para conquistá-las é preciso aprender com o grande número de dados disponíveis, falar com quem deseja ouvir a mensagem no momento certo. Nesse contexto, as ferramentas que possibilitam “ler” os anseios dos clientes vêm se tornando chave para o sucesso em estratégia de comunicação.
Esse aprendizado, possibilitado pela inteligência artificial, faz com que seja possível identificar, por exemplo, qual será a próxima aquisição, intervalo de compra, e outra infinidade de possibilidades, a depender do interesse buscado por cada empresa. Graças a utilização de estruturas matemáticas que foram inspiradas no funcionamento de nossos cérebros é possível obter dados mais detalhados e confiáveis sem qualquer intervenção humana.
A tecnologia de aprendizagem mecânica, por exemplo, coleta e analisa dados para que as campanhas sejam autoalimentadas em escala. Nesse processo é assegurado que a mensagem correta seja entregue, por exemplo, aos clientes que precisam de um incentivo, um empurrão para a compra, e não para toda uma base de dados.
Antecipar as necessidades dos clientes
Também de acordo ao estudo da Salesforce, 62% das pessoas esperam que as empresas antecipem suas necessidades. O uso de geolocalização incentivando uma ação como a entrega de serviços ou produtos de acordo com a mudança do tempo, por exemplo, traz a possibilidade de direcionar o cliente até uma loja física próxima.
A geolocalização detecta determinada situação e convida à ação ao público predisposto a interagir. Se um dia quente traz a necessidade das pessoas se refrescarem, empresas de sorvetes, águas ou refrescos podem se beneficiar da oportunidade e acessar a pessoas que estão em determinado local/região. A estratégia de atuação pode abarcar desde a criação de campanhas integradas que possibilitam, por exemplo, mostrar os benefícios de tomar água até a confecção de publicidade personalizada para o público dentro daquela situação.
O uso da inteligência artificial aliado ao marketing de comportamento não é mais uma opção futurística, mas sim uma tecnologia que pode ser muito bem utilizada pelas marcas que querem ser mais competitivas e estar um passo à frente, falando com quem realmente importa para elas: o público perfeito para a sua conversão.
Marcio Figueira é Country Manager da DynAdmic no Brasil.