Claudio Olimpio, cofundador e CEO da Greener

A tecnologia como parceira da preservação ambiental

CEO da Greener expõe a extensa jornada de construção de tokens no mercado de crédito de carbono tendo como atenção áreas da região amazônica

Como forma de compensar os níveis de emissão de CO2 e se aproximar, o máximo possível, do carbono zero, companhias de todos os segmentos podem agora adquirir ativos ambientais. Trata-se de tokens que representam créditos de carbono, assegurados pela tecnologia blockchain que coroa toda uma longa jornada ecológica de inventários florestais, medições, formalizações e metodologias científicas que pretendem garantir a preservação ambiental. Essa é a proposta da Greener, cuja plataforma cobre milhares de hectares da floresta amazônica, em um processo que assegura governança, rastreabilidade e transparência em NFTs identificadas e numeradas. Detalhando de que forma essa tokenização significa um grande auxílio da tecnologia na conservação do meio ambiente, Claudio Olimpio, cofundador e CEO da Greener, participou, hoje (08), da 753ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Falando direto do Reino Unido, onde toda a liderança da empresa se encontra em um encontro especial para definir os rumos e as próximas novidades ao mercado, Claudio iniciou o bate-papo dando um overview da Greener, resultado de uma joint venture entre a Dax, startup da qual ele é um dos cofundadores e que atua com soluções em blockchain, e o grupo Reag Investimentos. Criada este ano, a greentech surgiu como plataforma de tokenização e comercialização de ativos ambientais. Perguntado sobre o alcance da atuação da proposta, o CEO afirma que, ao embarcar blockchain nessa jornada, foram rompidas as fronteiras com total segurança, tornando-se um projeto global. “A Greener nasceu em janeiro com um tipo de ativo proveniente da ação desse fundo, atuando com unidades estocadas de carbono, preservação de floresta e bioma nativos. Ou seja, podemos dizer que o Greener Preservation Token (GPT) é a primeira moeda desse tipo e, embora ainda muito recente, há planos para investir em vários outros ativos dentro do mesmo conceito.”

Segundo ele, os profissionais da empresa foram à Europa justamente para buscar compreender com mais profundidade a legislação da tecnologia em blockchain proveniente, enquanto o mundo vai-se adaptando à regulação do ativo ambiental. Isso em uma realidade de mercado, que, de acordo com o executivo, ainda há países que atuam de forma voluntária e outros por caminhos já regulados. “É preciso ressaltar que a forma de governança como atuamos dentro do nosso processo é algo efetivamente disruptivo mundialmente falando”, garantiu.

Ele explicou que a jornada Greener acontece por meio de 10 passos nessa governança, partindo desde a origem da documentação, com alto nível de comprovação da cadeia de domínio, passando por um processo de certificação assentada em uma metodologia científica, tendo como parceiro principal nessa análise a Unesp – Universidade do Estado de São Paulo. “Preciso lembrar ainda que, antes mesmo de se iniciar essa jornada, fazemos o monitoramento via satélite de toda a área, conseguindo enxergar até 11 anos para checar se houve algum tipo de intervenção anterior ou se está 100% intocada. Na sequência, os especialistas da Unesp vão in loco realizar todo o trabalho de mensuração e avaliação do ecossistema e da biodiversidade ali presente.” Ao voltarem para sua base, em Botucatu (SP), depois dessa checagem, esses especialistas conseguem realizar a queima extra de todo o carbono proveniente da matéria coletada, por meio de um aparelho específico, o CNC Analyser. Disso é que surge o laudo gerador da certificação por tonelada individualizada e numerada de forma exclusiva, que é embarcada no fundo de investimento, este também auditado. “É a partir daí que entra a tecnologia de blockchain, pois o resultado de todo o trabalho se torna uma NFT, ou seja um token que é disponibilizado, nos últimos passos da jornada, nos formatos de atacado e varejo.”

Complementando esses detalhes, Claudio afirmou que a Greener oferece o certificado que representa o DNA do token, por meio do qual cada tonelada adquirida é identificada para sempre pelo dono da NFT, sem qualquer possibilidade de fraude. Indagado a respeito dos clientes da Greene e a motivação de compra dos tokens, o executivo explicou que o primeiro passo da empresa interessada é olhar para dentro, verificar o quanto polui o ambiente e o quanto precisa compensar. “Estamos no final da trilha muito sólida que viemos construindo há dois anos de uma governança muito transparente de um ativo a um cliente que também deve estar no fim de uma jornada confiável de inventário a respeito das questões ambientais.” Nesse mercado, o CEO identifica companhias que já se encontram em um grau elevado de maturidade, com seus inventários de emissão bem elaborados e em busca de um ativo que tenha governança, rastreabilidade e transparência, enquanto outras ainda necessitam de um apoio consultivo para chegarem a esse estágio. Ele pôde responder a questões sobre os avanços em ESG e a percepção dos consumidores sobre esses aspectos para escolher seus fornecedores, além de falar da parceria com a Fórmula 1, entre outros exemplos.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 752 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (09), com trazendo Henrique Striker, diretor de marketing para tintas decorativas da AkzoNobel Latam (Coral, Coralit, Sparlack e Hammeritte), falando sobre o foco no cliente como base para inovação; na quinta, será a vez de Igor Morais, fundador e CEO da Kings Sneakers; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Geração Z: Eles chegaram… E agora, como atender suas expectativas?”, reunindo, Camila Nunes, diretora de marketing e Prime da Amazon Brasil, Luiz Menezes, fundador da Trope, Renata Brigatti Lange, head de marketing do Bob’s, e Antônio Nakad, cofundador e CMO da NG.Cash.

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