Acomodação exclui oportunidades



Autor: Marcelo Ponzoni

 

Alguns dos atributos que nos definem hoje certamente foram moldados por profundos momentos de subestimação – até por aquela situação de “engolir um sapo” -, por fatos dramáticos, reais causadores dos mais profundos sentimentos, por sinucas aparentemente sem solução e por diversas informações captadas por todos os nossos canais sensoriais.

 

Entre as pessoas, são diferentes as interpretações sobre o que é simples e o que é complicado, ou o que é demorado e o que é rápido. E raramente refletem sobre o que a facilidade ou a complexidade de uma tarefa tem a ver com seu próprio desempenho. Muitos não percebem que a maneira como se reage diante dos acontecimentos -principalmente os mais complicados -é o que define integralmente o seu sucesso ou insucesso. Estar tudo bem pode significar que nada está bem. Quando nossa percepção define um momento bom, pode significar o fim de um ciclo e que outro necessita ser iniciado. a calmaria deveria ser vista como uma ameaça de acomodação. Muitos confundem ambição com ganância e, nesta confusão, acabam tomando atitudes conflitantes com os objetivos pretendidos, gerando sentimentos de fracasso.

 

Fazendo uma analogia com um carro, é como se houvesse muito investimento em um motor potente, acreditando que a velocidade é o mais importante e deixando a capacidade do sistema de freios desproporcional à potência. Do resultado ao final da reta, nem é preciso falar. Muitos bradam aos quatro ventos: crescer, crescer, crescer! Mas poucos proferem: planejar, planejar, planejar! Intuitivamente, todos somos planejadores de nossas vidas mas, como sabemos, entre planejar e executar há um grande hiato, que só é preenchido com o exercício da “atitude”. Só ela e nada mais tem o poder de transformar sonhos em realidade, esperanças em acontecimentos, vontades em conquistas, esteja em tempos de crise ou em tempos de bonança.

 

É necessário agir, refletir, planejar; tanto no tempo de crise quanto no tempo da colheita de resultados. Se nos acomodarmos com os bons resultados e cruzarmos os braços diante disso, certamente estaremos fadados ao fracasso. Se desejamos bons frutos, o terreno deve estar sempre preparado para o plantio.

 

Marcelo Ponzoni é proprietário-fundador e diretor executivo da agência Rae, MP. ([email protected])

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