Autor: Edmardo Galli
O mundo está mais digital a cada dia que passa. Isso todos nós já sabemos. Mas no meio de tudo isso, uma tendência está se fortalecendo: bancos digitais. Se você não sabe o que eles são, está na hora de se atualizar!
Já passamos a fase de guardar o dinheiro no colchão há um tempo e agora não estamos mais guardando nosso dinheiro em agências e deixando tudo em nossos celulares. Esse é o princípio dos bancos digitais: sem filas, sem burocracia, sem agências. Tudo prático, rápido e eficiente, feito pelo celular. Essa tendência começou há um tempo não com os bancos, mas com os cartões sem afiliação a bancos. Como o Nubank, que oferece um cartão de crédito sem mensalidade, com todas as vantagens de um cartão “normal” e todas as funcionalidades controladas por um app. O desenvolvimento lógico e natural seria expandir essa ideia para um banco completo. E é isso que estamos vendo agora: mais uma grande disruptura que o mundo programático nos traz!
Mas não se engane: não estou falando de Internet Banking ou de transações realizadas pelo celular. O que eu quero dizer com “bancos digitais” são literalmente bancos completos, que não possuem agências e fazem todas as atividades de um banco normal – como abertura de conta corrente, investimentos de renda fixa, renda variável e até mesmo crédito – diretamente pelo celular. Se você busca agilidade, praticidade e flexibilidade (vale lembrar, características de todas as disrupturas) então bancos digitais podem ser sua salvação.
Essa tendência está tão no início que ainda é difícil encontrar exemplos fortes no mercado mundial. Na Europa, temos o alemão Number26, o polonês mBank e o britânico Atom Bank como alguns representantes. No Brasil, os exemplos também são escassos: temos o Banco Original, o Banco Neon e o serviço digital Conta Um. Mas escreva o que eu digo: não vai parar por aí.
Por outro lado, é importante ressaltar que isso não significa que estaremos vendo as agências e os bancos físicos sendo dizimados em breve. Uma pesquisa da Accenture trouxe ótimos insights em relação à visão dos jovens americanos sobre os bancos digitais. Dos millenials, 60% acreditam que usarão mais os meios digitais nos próximos 5 anos. Mas, mesmo assim, 56% afirma que permaneceriam leais aos seus bancos se estes oferecessem descontos. Contudo, um dos dados que mais chama a atenção é o fato de 86% (repito, oitenta e seis porcento) dos milennials afirmarem que pretendem ir a uma agência física no futuro, pois eles buscam interação humana. Eles querem conversar com gerentes e consultores sobre assuntos que vão além das simples transações bancárias. Eles não são unilaterais; eles querem praticidade, agilidade e segurança ao mesmo tempo que buscam conexões humanas. Eles buscam valor. E quem conseguir oferecer mais disso, estará na frente de um dos maiores setores do mundo!
Edmardo Galli é CEO Latam da IgnitionOne