Mesmo com o cenário de retração, o comércio online deve crescer em 2015. A prova esteve no mês de maio: enquanto o varejo, de forma geral, registrou queda de 4,6%, o e-commerce registrou um crescimento de 7,4%, em relação ao mesmo mês do ano passado. A venda online de móveis e vestuário foram as que mais se destacaram neste período, apresentando um crescimento acima da média do e-commerce. Segundo o índice estatístico T-Inside, o Brasil tende a conquistar a quarta colocação no ranking mundial de vendas online neste ano. Três posições à frente do último ano, quando ficou na sétima colocação. De acordo com o mesmo índice, o Brasil deve crescer cerca de 43% no e-commerce mundial.
Com certeza, para isso, o comércio eletrônico precisa se adaptar aos novos tempos, investindo em tecnologia e oferecendo serviços de acordo com a demanda. Para Frederico Flores, CEO da Ecommet, em um momento de crise, em que o consumidor perde seu poder de compra, a alternativa é “oferecer opções de produtos mais em conta e, de forma alguma, deve-se elevar os preços para compensar perdas. Isso faz com que os clientes busquem alternativas na concorrência”. Ele afirma ainda que é fundamental inovar, mas é importante focar em segmentos realmente rentáveis. “Investir em mercados promissores reduz drasticamente sua probabilidade de fracassar, já que eles sempre necessitam de serviços ou produtos inovadores.”
Neste cenário, o papel dos setores e empresas de TI é muito importante. Segundo Eduardo Prillwitz, diretor da Prill, a tecnologia é um importante aliado para enfrentar a crise. Uma vez que o empresário utiliza os dados de compra a seu favor, fica mais fácil oferecer os produtos certos para as pessoas certas, entender o perfil do público-alvo, seus hábitos de consumo e preferências. “Com uso de CRM é possível criar novos serviços, fazer estimativas mais precisas, sem falar da redução de gastos”, reforça. Segundo um estudo da Paypal, o e-commerce na América Latina deve crescer 177% até 2018. No topo da lista de consumo, Brasil, México e Chile se destacam como mercados promissores.
Este avanço depende, em grande parte, das empresas de tecnologia. A elas cabe a importante tarefa de aperfeiçoar plataformas de compra, gestão e segurança. Além de investir no comércio mobile, que só em 2015, até agora, foi responsável por 14% do comércio online no Brasil. A retração das vendas em lojas físicas, ante o crescimento do e-commerce em seus diferentes meios, mostra que a inovação é uma solução durante a crise e fora dela.