Com poucos sinais de desaceleração no crescimento, a Amazon tornou-se a marca mais valiosa do mundo de acordo com o ranking BrandZ das 100 Marcas Globais Mais Valiosas de 2019, lançado hoje pela WPP e Kantar. As aquisições inteligentes que levaram a novos fluxos de receita, excelente prestação de serviços ao cliente e capacidade de se manter à frente dos concorrentes, oferecendo um ecossistema diversificado de produtos e serviços, permitiram que a a marca acelerasse o crescimento do valor da marca, segundo o estudo. Com crescimento de 52% no valor da marca em relação ao ano anterior, chegando a US$315,5 bilhões, a Amazon está à frente da Apple (USD$309,5 bilhões) e Google (USD$309,0 bilhões), ambas com aumento de 3% e 2%, respectivamente, para acabar com o domínio de 12 anos dos gigantes da tecnologia.
No Top 10, o Facebook permaneceu no número 6, enquanto, pela primeira vez, o Alibaba superou a Tencent e se tornou a marca chinesa mais valiosa, subindo dois lugares para o 7º e crescendo mais de 16% para USD$131,2 bilhões. A Tencent caiu três posições para a oitava posição, decrescimento de 27%, para USD$130,9 bilhões em relação ao ano anterior, no que o BrandZ atribui a um mundo mais volátil.
E, enquanto outras plataformas de mídia social enfrentam desafios em termos de confiança e desejo, o Instagram (44º lugar, USD$28,2 bilhões), agora com mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo, se destacou como o maior crescimento (47 pontos e 95% em valor). “A reputação é o ativo mais valioso de uma empresa, e, sendo forte, protege o negócio em épocas de crise”, afirma Eduardo Tomiya, diretor da Kantar Brasil. A Lululemon, empresa de roupas esportivas inspiradas pela ioga, foi a segunda mais rápida em escalada, com incremento de 77% em relação ao ano anterior, chegando a USD$6,92 bilhões. Outras que subiram ao topo, como Netflix (+65%, nº34, USD$ 34,3 bilhões), Amazon e Uber (+51%, no.53, USD$24,2 bilhões) refletem a rápida mudança tecnológica na qual os consumidores estão colocando mais valor em experiências de marca mais ricas.
Apesar da incerteza econômica, um total de USD$328 bilhões foi adicionado ao ranking BrandZ Global no último ano, dando-lhe um valor de marca combinado de USD$4,7 trilhões – o equivalente ao PIB combinado da Espanha, Coreia e Rússia. “O crescimento do valor das 100 maiores marcas deste ano para uma alta histórica prova o poder de investir em marcas para oferecer um valor superior ao acionista. Por trás desse crescimento, está o sucesso de um novo fenômeno de construção de uma ´marca ecossistema´. Estamos vendo uma mudança de marcas de produtos e serviços individuais para uma nova era de ecossistemas altamente disruptivos. As marcas precisam entender o valor que esse tipo de modelo pode criar e abraçar essa abordagem para ter sucesso no futuro”, comenta David Roth, CEO da The Store WPP EMEA e Ásia e presidente do BrandZ.
Grande parte desse valor é derivado de marcas de tecnologia de consumo que aparecem no ranking e agora somam mais de USD$1 trilhão, como os recém-chegados Xiaomi (USD$19,8 bilhões), marca chinesa de celulares que também usa a Internet das Coisas (IoT) para conectar dispositivos inteligentes e está crescendo rapidamente em países como Rússia, Índia e Malásia; a Meituan (78º lugar, USD$18,8 bilhões), também chinesa, é vista como uma plataforma de tecnologia de consumo de categoria que oferece tudo, desde entrega de alimentos, reservas de quartos e passeios até o aluguel de bicicletas. Enquanto isso, a Uber está aproveitando o modelo de ecossistema e expandindo para serviços de alimentação entre outros, enquanto a Haier (número 89, USD$16,3 bilhões), produtora de eletrodomésticos, está comprometida em co-criar uma marca de ecossistema aberto na era da internet das coisas com seus clientes e parceiros.
“O fenomenal crescimento do valor da marca da Amazon de quase USD$108 bilhões no ano passado demonstra como as marcas estão menos ancoradas em categorias e regiões individuais. As fronteiras estão se desfazendo à medida que a fluência da tecnologia permite que marcas, como Amazon, Google e Alibaba ofereçam uma gama de serviços em vários pontos de contato do consumidor. Usando sua experiência e conhecimento do consumidor, essas marcas estão entrando no setor de serviços empresariais, criando novas oportunidades para o crescimento. Modelos ecossistêmicos disruptivos estão florescendo em regiões como a Ásia, onde os consumidores estão mais acostumados com o uso constante de tecnologia e onde as marcas estão se integrando em todos os aspectos da vida cotidiana das pessoas”, destaca Doreen Wang, chefe global da Kantar para o BrandZ.
PRINCIPAIS TENDÊNCIAS
– O luxo é a categoria que mais cresce (+29%), seguida pelo Varejo (+25%), impulsionada pela mudança na preferência dos clientes da geração Y e Z por canais digitais.
– As categorias de tecnologia, finanças e varejo dominam, representando mais de dois terços do valor total das marcas.
– Nove recém-chegados aparecem no Top 100, impulsionados predominantemente por marcas de tecnologia chinesas e norte-americanas com modelos de negócios disruptivos, incluindo Dell Technologies, Xbox, Haier, Meituan e Xiaomi.
– Marcas asiáticas aumentam sua presença com 15 marcas chinesas, três indianas e uma indonésia, fazendo parte do ranking de um total de 23 da região, incluindo a LIC e a Tata Consultancy Services.
– Uma nova geração de marcas surge: as marcas GenZ (criadas após 1996) estão a milhas de crescimento, adicionando mais valor ao ranking por ano de existência – quase quatro vezes mais do que as marcas criadas na era milenar de 1977 a 1995. Um total de 23 marcas GenZ aparecem no Top 100, com uma idade média de 16 anos, em comparação com 18 marcas da geração Y, com 33 anos de idade.
– Marcas sustentáveis: os proprietários de marcas estão demonstrando a importância de melhorar e reforçar a percepção do consumidor de que eles são “responsáveis” por meio de iniciativas sociais, ambientais e corporativas.
– As guerras comerciais da China e dos EUA afetaram o crescimento do ranking Top 100, que desacelerou para +7% nos últimos 12 meses. A confiança do consumidor foi atingida, uma vez que as tarifas comerciais impactaram várias categorias de marcas, com os carros, a logística e os bancos sofrendo mais.