América Latina tem queda de visita em PDV

Neste ano, a América Latina vem enfrentando o maior crescimento no valor de consumo, 12,2%, se comparada com outras regiões, como: Europa ((+ 0,5%) e Ásia (+ 4,1%).  No entanto, o volume de compra se manteve estável (- 0,2%) já que o crescimento é impulsionado pelo aumento da inflação em vários países, por exemplo, a Venezuela, cujo índice ultrapassa os 96%. Esses foram dados obtidos pela Kantar Worldpanel, por meio do seu estudo Shopper & Retail Dynamics Latam. Esse identifica as principais tendências do consumidor latino-americano nos diferentes canais da região. 
O levantamento analisa o comportamento de mais de 41.000 domicílios, em dez países, revelando as características dos compradores no último ano (até junho de 2015). “A partir desta análise, identificamos seis tendências da região e que determinam como compra o consumidor latino-americano”, comenta Flavia Amado, gerente de Shopper & Retail Latam. Outro fator apresentado por esse estudo é um crescimento considerado seletivo. Já que não há uma uniformidade por país, há diferenças entre regiões, categorias, canais, entre outros fatores, que contribuem com o grupo da região. 
Transformação da compra
A dinâmica de compra evoluiu para menos visitas aos pontos de venda e mais unidades adquiridas por ocasião. Dos países da região, 60% dos países da América Latina diminuíram sua frequência de compra. Sendo Venezuela (-8%), Brasil (-7%) e Bolívia (-6%) os mais impactados. No entanto, se compararmos a frequência de compra dos países latino-americanos em relação aos europeus, ela ainda é muito alta. Além disso, menos visitas aos pontos de venda resultam em menos canais visitados, por isso houve uma queda de dois pontos percentuais nos domicílios latinos que visitam sete ou mais canais em um ano (54%). A redução de viagens de compra somada a uma menor porcentagem de lares compradores afeta o desempenho de importantes canais na região, como o moderno. Apesar disso, neste ano países com um baixo desenvolvimento deste canal, como Bolívia, Colômbia e Equador, aumentaram seu gasto bem como as unidades levadas em cada compra. 
Proximidade e conveniência
É fato que os latino-americanos estão buscando proximidade e tradição. “Proximidade é a palavra-chave porque 68% dos latinos procuram fazer compras perto de sua casa e procuram manter uma relação com o vendedor”, afirma Flavia. O canal tradicional ganha share em cinco dos dez países da América Latina. Bolívia e Peru são os que gastam mais neste canal, 69% e 68%, respectivamente. Enquanto a Venezuela (+8,1%), América Central (+4,6%) e Equador (+2,0%) são os que tiveram um maior crescimento. Todos os latinos compram no canal tradicional porque o consideram com as missões de compra mais equilibradas, de consumo imediato (26%) até a despensa (23%). 
Custo benefício 
Essa é uma equação que muitos canais têm aproveitado e que lhes têm proporcionado um importante crescimento. Um exemplo são as lojas de descontos que oferecem pouca variedade, preços baixos e marcas próprias e que crescem globalmente na Europa e países como Argentina, Chile, Colômbia e México. Já os atacadistas oferecem preços baixos por uma maior quantidade de produto. Neste ano, o canal aparece como o terceiro com a maior despesa na América Latina. O Brasil e a Argentina foram os responsáveis por impulsionar o crescimento do canal. 
Promoções
Em 70% dos países, os produtos com promoção têm um crescimento maior que os sem desconto. Argentina (+55%) e México (+26%) são os países que mais gastaram em promoções. “Das várias promoções que existem no mercado, como um produto com um brinde; leve dois e pague um ou leve três e pague dois, o destaque fica por conta dos descontos em preços (79%). Os brasileiros não podem ficar sem promoções, já que dos 10% de compras que fazem, 87% são por descontos nos preços”, comenta Flavia. Outro tipo de promoção significativa na América Latina é o famoso “leve mais e pague menos” com 9%. No Equador, 17% das compras com promoção são por meio de ofertas desse tipo. 
Downtrading
Mesmo com o crescimento significativo das marcas próprias, elas ainda têm muitas oportunidades de desenvolvimento. Em países europeus, como o Reino Unido, as marcas próprias chegam a alcançar uma participação de 48%. “Ainda há um grande espaço para desenvolvimento na região e o crescimento dos autosserviços está prestes a acontecer”, analisa a gerente. Alinhada com essa tendência, 59% dos gastos dos latino-americanos são em marcas de médio e baixo custo, especialmente no Peru (68%) e Venezuela (96%), onde a situação do país não permite que o consumidor possa escolher que tipo de marca comprar. A disponibilidade das cestas nos pontos de venda determina as compras domésticas. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima