As três letras que compõem a sigla ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) são mais cruciais agora na decisão de compra dos consumidores do Brasil se comparadas com o período anterior à pandemia. Além disso, para os brasileiros, estes aspectos ESG são ainda mais relevantes do que em outros países. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Respondendo às tendências do consumidor na nova realidade”, conduzida pela KPMG.
A pesquisa analisou como as principais tendências do consumidor impactam as organizações em 12 mercados distintos e os dados reúnem o que foi apurado com mais de 75 mil consumidores entre maio e setembro deste ano. Ao todo, 25% dos consumidores afirmam que ao menos um fator de ESG é importante. Entre os 16% dos que indicaram ser relevante o aspecto de consciência social da marca, os fatores ESG se tornaram 9% mais relevantes para os consumidores brasileiros, sendo o País com o índice mais elevado na comparação com China (+8%), Itália (-4%), França (-5%) e Estados Unidos (-7%).
No caso dos 16% dos consumidores atentos à abordagem da marca para o meio ambiente, os brasileiros também se destacaram ao indicarem fatores vinculados ao ESG como mais cruciais agora para a decisão de compra na comparação com antes da pandemia: China (+8%), Brasil (+5%), Itália (+4%), Canadá (-4%), Estados Unidos (-5%) e Japão (-11%). Os entrevistados puderam selecionar mais de um fator importante.
“A relevância dos fatores ESG varia entre os mercados. No âmbito global, um em cada quatro consumidores considera que pelo menos um fator relacionado com ESG é importante na sua decisão de compra. Além disso, os consumidores afirmam que os fatores de ESG se tornaram mais importantes desde a pandemia, mas ainda carregam preocupações concretas em relação a valor e segurança. Neste caso, destaque para os consumidores brasileiros, que estão indicando mais relevância aos fatores ESG para a decisão de compra na comparação com outros países”, afirma Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.
“Mas a mesma pesquisa indica que ainda temos um longo caminho em relação à adoção dos fatores ESG. Quando perguntados em relação à importância do fator ESG na compra, 16% dos consumidores consideram importante a forma como a marca lida com questões de sustentabilidade ambiental e temos a mesma porcentagem que se importa com a consciência ambiental que a marca demonstra. É um número que vem crescendo, mas ainda distante do custo-benefício, indicado por 63% dos consumidores, como importante na decisão de compra”, assinala Fernando Gambôa, da KPMG.
De acordo com a pesquisa, o Brasil também está entre os países em que houve mudança radical no comportamento do cliente, com aumento de 14% no uso de aplicativos, aumento de 10% no uso de aplicativos de mensagens, aumento de 9% no uso de sites para suportes e aumento de 44% no uso de serviços de entrega online. Por outro lado, os brasileiros também estão mais sobrecarregados financeiramente e vulneráveis (56% contra 41% da média mundial) e o Brasil provavelmente verá o maior aumento no uso de canais digitais pós-pandemia, especialmente com mais uso de aplicativos.