Os setores atacadista e farmacêutico estão investindo em novas opções de produtos de marcas próprias para aumentar as vendas. Prova disso, são os dados do 12º Estudo Anual de Marcas Próprias da ACNielsen que apontou, em 2006, aumento no número de itens em 15% no atacado e 33% nas farmácias. “Hoje os dois setores estão oferecendo mais opções de produtos ao consumidor, como lançamentos, diferentes tamanhos, tipos de embalagem e sabores. O investimento no sortimento também indica que, no geral, o consumidor está comprando mais marcas próprias”, avalia o gerente de Atendimento ao Varejo da ACNielsen, Olegário Araújo.
De acordo com a pesquisa, das empresas que participaram do estudo, no país 55% dos atacadistas e 35% das farmácias possuem produtos de marcas próprias. O levantamento também revela que, em relação a 2005, o número total de categorias registrou queda de 3% no atacado e 5% nas farmácias. “Isso aponta o ´amadurecimento´ dos dois setores frente à marca própria, pois estão readequando os produtos ao número de categorias que o setor atua, como na área de alimentos, bebidas, bazar, entre outros”, analisa a Neide Montesano, coordenadora Geral da Indústria do Comitê Abras de Marcas próprias (Compro) – composto por empresas supermercadistas, atacadistas e da indústria fornecedora de produtos de marca própria e apoiado pela Associação Brasileira de Supermercados.
Os dados também mostram que 2004 foi o ano do “boom” das marcas próprias no atacado, totalizando 193 categorias. No entanto, hoje com 176 categorias o setor bate recorde no total de produtos, são quase quatro mil itens, registrando aumento de 25% nos últimos dois anos. “Em 2004, o atacado passou a investir em novas linhas de marcas próprias sempre aliando a qualidade e benefício ao consumidor. Por conta do bom resultado, hoje, com maior experiência, os atacadistas avaliam o que os produtos que é conveniente manter no setor”, completa Neide.
O Makro, por exemplo, desenvolve marcas próprias há 25 anos e possui cerca de mil itens em 150 categorias que são comercializados nas 53 lojas distribuídas em 21 estados brasileiros e no Distrito Federal. Segundo o diretor de Marketing do Makro, Jarbas Melo de Cerqueira, os produtos da marca Aro são os que registram maior venda no segmento, embora as demais marcas próprias M&K, Baldaracci, Clean Line, Q-Biz e Mk-Tech também apresentem um volume de vendas substancial. “O sucesso das vendas dessas marcas pode ser atribuído em grande parte ao direcionamento da linha aos clientes profissionais, sejam eles processadores de alimentos ou revendas”, avalia o diretor.
Setor farmacêutico – Comparado a 2005, houve aumento de 39% no número de farmácias que possuem marcas próprias na categoria de Higiene e Beleza. Tendo como base o ano de 2003, o aumento no número de lançamentos neste segmento acontece desde 2004, apresentando crescimento de cerca de 50% nos últimos três anos.
Com 600 lojas franqueadas em sete estados brasileiros (RJ, SP, MG, RS, SC, PR e MS) e faturamento de R$ 680 milhões em 2005, a Rede Farmais confirma o crescimento de marcas próprias no setor farmacêutico. O segmento representa 3% do faturamento da rede e em 2007 pretende atingir 4,5% da receita, totalizando R$ 30 milhões. De acordo com gerente de Negócios da Rede, Cláudio Antonio Godoy, houve um crescimento de 38% nas vendas de marca própria em 2006 e com lançamento de produtos com maior valor agregado esperam um acréscimo de 40% nas vendas para o próximo ano.
“Os negócios na categoria têm crescido em função do comportamento do consumidor que passou a reconhecer a qualidade e custo-benefício em adquirir produtos de marca própria”, comenta Godoy. Hoje, a Farmais possui 50 itens divididos em sete categorias, commodities, lenços umidecidos, hates flexíveis, bucal, termômetros, fraldas e curativos.