Um supergrupo emergente de funcionários e consumidores está aumentando a pressão sobre os líderes do C-suite que lidam com cenários econômicos, tecnológicos e geopolíticos desafiadores, ameaçando o crescimento das empresas. É o que mostra o novo estudo da Accenture, ´Whole-Brain Leadership: The New Rules of Engagement for the C-suite´. O relatório identificou um novo grupo de stakeholders capaz de desestabilizar ou impulsionar empresas. A maioria deles acredita no seu potencial de destruir o valor das empresas no longo prazo, e os executivos C-suite já entenderam a necessidade de responder à altura.
Os resultados revelam que, combinado a outras forças disruptivas, como tecnologias emergentes e novos entrantes no mercado, esse grupo está motivando a implantação de abordagens mais humanas à liderança por parte do C-suite. Essa abordagem mais abrangente (chamada de whole-brain, em inglês) busca equilibrar habilidades científicas (do lado esquerdo do cérebro) com outras mais criativas (do lado direito do cérebro), como empatia, capacidade de inovação e intuição, que são cada vez mais valorizadas.
Assim, o estudo identificou um poderoso grupo de funcionários e consumidores – apelidados de ´desbravadores´ – que têm ideias semelhantes sobre as mudanças pelas quais a liderança deve passar. Os dados demográficos surpreendem e incluem pessoas de ambos os sexos das gerações Gen Z aos Baby Boomers. Os desbravadores têm cinco vezes mais chances de agir contra seus empregadores e 61% já tomaram atitudes disruptivas e verbalizaram sua decepção como consumidores. Para 79% dos desbravadores, as redes sociais aumentaram o alcance de suas vozes dentro das empresas onde trabalham. Outros 71% afirmam que por meio das redes sociais conseguem influenciar o comportamento das empresas das quais consomem.
“O poder de compra e a influência profissional desse grupo, combinado à sua fluência em tecnologias digitais, dão a eles um poder de influência enorme, que não pode mais ser ignorado pelos líderes das empresas”, afirma Katherine LaVelle, diretora geral e líder global da prática de Talent & Organization North America na Accenture Strategy. “Em vez disso, os líderes do C-suite devem focar a aceleração do tipo de mudança necessária para que possam se reposicionar rumo ao sucesso.”
Um novo estilo de liderança
Os desbravadores pedem um novo tipo de líder, capaz de engajar suas paixões e capacidades, alguém que equilibre perfeitamente habilidades humanas e analíticas. Para 89% dos executivos C-suite hoje, as formações em negócios, ciência e tecnologia aperfeiçoam habilidades mais racionais, como raciocínio lógico, tomada de decisão e orientação para resultados. Essas habilidades nunca deixarão de ter valor, mas os líderes do C-suite reconhecem a necessidade de incentivar conhecimentos menos racionais para um conjunto de habilidades bem equilibrado. Ao todo, 65% dos entrevistados apontam a falta de habilidades mais criativas como ponto fraco e apenas 8% afirmam que suas empresas usam uma abordagem ´whole brain´.
No atual ambiente instável dos negócios, esse tipo de equilíbrio já não é opcional. Os líderes do C-suite reconhecem esse fato, e 82% deles afirmam que suas organizações planejam usar abordagens dessa natureza ao longo dos próximos três anos. As empresas que já usam uma abordagem ´whole brain´ em suas rotinas enxergam um impacto positivo na base e registram faturamento em média 22% superior e rentabilidade 34% maior após as mudanças.
“Os líderes do C-suite estão cientes dos desafios que precisam encarar em nível macroeconômico, da empresa e, agora, pessoal”, diz Peter Lacy, diretor sênior da Accenture Strategy. “A requalificação voltada à mudança do estilo de liderança e que combina dados, criatividade e abordagens mais humanas é fundamental para a construção de empresas duráveis e que gerem crescimento e rentabilidade robustos.”