O BankBoston investiu R$ 20 milhões em tecnologia da informação e escolheu a Rational para auxiliar na construção do novo padrão de desenvolvimento de sua Engenharia Aplicada ao Desenvolvimento, baseado na componentização (por módulos padronizados) e em práticas do modelo de maturação da capacidade (CMM). “Até o final de 2002, teremos economizado US$ 2 milhões nas atividades de desenvolvimento”, informa Alfredo Leite, diretor de tecnologia do BankBoston.
Além de reduzir custos, a componentização do software produziu ganhos de produtividade e qualidade. “O tamanho médio dos novos sistemas caiu quase pela metade e, em alguns casos, a redução atingiu quase 80%, diminuindo significativamente o tempo de desenvolvimento”, explica o diretor. “Desta forma, dedica-se muito mais tempo ao valor qualitativo. Os aplicativos são muito mais testados, ganham maturidade mais rapidamente e problemas de performance são eliminados”.
A oportunidade para essa mudança chegou entre 1999 e 2001, quando o BankBoston saltou de 60 mil para 200 mil clientes. “Nesse período, optamos por renovar nosso core system, alterando cadastro de clientes e contas correntes, entre outros sistemas, para garantir a qualidade do atendimento”, relata Alfredo Leite. O banco apostou em montar uma equipe forte em arquitetura e investiu na componentização, que nasceu a partir do desenvolvimento de processos bancários e das arquiteturas de transações, informação e segurança.
Segundo o diretor, um dos grandes desafios do modelo é a integração de módulos componentizados aos sistemas legados. “Desenvolvemos regras e componentes para facilitar essa integração entre, por exemplo, a contabilidade, que permanece no padrão antigo, e a conta corrente, que já estava no novo”, avalia. “Desta forma, se decidirmos em algum momento trocar o middleware, por exemplo, nenhum analista de sistema será muito impactado.”
“A componentização é antes de tudo uma mudança cultural”, lembra Marco Bravo, diretor geral da Rational para a América Latina. “Em setores como o financeiro, que vive a complexidade do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro e enfrenta o desafio de se atualizar e integrar sistemas inovadores com legados, a componentização passa a ser uma necessidade”, avalia o executivo da Rational.
Não é à toa que o BankBoston tornou-se o modelo do sistema. O projeto foi executado praticamente no próprio banco, que mantém um contingente de 250 desenvolvedores e terceiriza apenas a programação, e foi a primeira instituição a usar a interface do Banco Central durante a fase de testes com o Banco Central.
Além desse trabalho, a Rational participará das discussões para definir e desenvolver também alguns frameworks, uma vez que as regras e padrões técnicos estabelecidos são genéricos.