Comparado a países da Europa e ao Estados Unidos, o Brasil ainda investe pouco em inovação tecnológica. Em média, os empresários que trabalham com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) não aplicam mais que 0,64% do faturamento em inovação, seja na melhoria dos produtos ou na compra de equipamentos. Os dados foram apresentados, em Fortaleza, pelo presidente da Anpei (Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras), Ronald Martin Dauscha, durante o Café Inovação, evento promovido pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) na Expociência, mostra de C&T que acontece paralelamente à Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).
Segundo ele, apenas 30% de todas as empresas brasileiras fazem algum tipo de inovação, sendo os setores de informática, eletrônico e químico os que mais inovam. “Isso é muito pouco”, alerta. Na opinião de Ronald, para que a inovação cresça nas empresas brasileiras é preciso ampliar ainda mais os incentivos fiscais e as subvenções econômicas. “A Lei de Inovação já representa um grande avanço no setor, pois permite às empresas inovadoras abaterem no Imposto de Renda, por exemplo, 160% do total investido em P&D, podendo chegar a 200% caso apresentem, em seus quadros, mestres e doutores além de produtos patenteados”, afirmou.
Ainda de acordo com o presidente da Anpei, torna-se cada vez mais necessário aproximar os empresários das instituições de pesquisa do País, de forma a criar um ambiente inovador. Hoje, as empresas com mais de 500 funcionários são as que apresentam as maiores taxas de investimento em P&D. Para Ronald, a inovação nas empresas menores vai acontecer no momento que elas tiverem uma visão mais abrangente do mercado e conseguirem evoluir nas técnicas de gestão industrial e de fabricação. “Para isso, elas precisam ser ajudadas”, finaliza.