A crença do brasileiro em relação ao governo, mídia, organizações não-governamentais e empresas está em um nível baixo, revela o 12º Estudo de Confiança – Trust Barometer, realizado em 25 países pela Edelman para medir o nível de expectativa em relação a essas instituições. O levantamento contemplou dois grupos de entrevistados: o “público informado” (5,6 mil pessoas com idade entre 25 e 64 anos, formação superior e frequente contato com notícias e políticas públicas) e o “público geral” (25 mil pessoas maiores de 18 anos).
Para o público informado, o índice mundial de confiança caiu de 55% para 51%. No período anterior, o Brasil liderou o ranking com 80%, mas, neste ano, despencou para a 12ª posição, registrando 51%, atrás de países como México, Argentina e Índia. O primeiro posto é ocupado pela China, que atingiu 76%.
No Brasil, 59% dos entrevistados acreditam que o país caminha na direção errada e 43% não vê transparência nos líderes de governo. Na amostra geral, 81% das pessoas acham que as empresas devem se envolver na solução de problemas socioambientais de seus países e, para 52%, os governos não regulam as empresas de maneira suficiente.
Uma das razões exploradas na pesquisa para justificar a queda é a disparidade entre expectativa e real cumprimento por parte das instituições. Globalmente, o público informado acredita que os pontos mais vulneráveis das empresas residem no respeito ao consumidor e no tratamento dos funcionários. “Propósito e princípios tornam-se fundamentais para liderar uma empresa ou relacionar-se com outras instituições. Para uma organização ser considerada crível, apenas lucro ou qualidade não bastam; é preciso ser transparente e compartilhar valor junto à sociedade”, conclui Yacoff Sarkovas, CEO da Edelman Significa.