Estudo da Bits mostra que técnicas de legal design são aprovadas pelas pessoas por tornar os contratos mais acessíveis e compreensíveis
A maioria das dos brasileiros, tanto leigos quanto advogados, sentem falta de documentos jurídicos que sejam mais acessíveis e tenham uma linguagem simplificada. Essa é uma das constatações de pesquisa realizada pela Bits, empresa especialista em legal design e visual law e desenvolvedora do software UX DOC, segundo a qual, dos 463 voluntários entrevistados em 20 estados brasileiros, 96% afirmaram que os documentos jurídicos precisam ser melhorados e 90% concordaram que a linguagem utilizada deveria ser mais simples.
Durante o estudo, os participantes foram divididos em três grupos: leigos, advogados e usuários regulares de documentos jurídicos, chamados de “grupo de controle”. Foi apresentado a eles o contrato em duas versões, sendo uma na forma tradicional e outra com simplificação da linguagem e aplicação de técnicas de legal design. Em todos os grupos, incluindo os advogados, a preferência recaiu sobre a segunda versão.
Cláusulas contratuais ilustradas
Outro aspecto abordado foi a aplicação de recursos de design, como fluxogramas e ícones, para ilustrar cláusulas contratuais. Nesse caso, mais de 90% dos entrevistados consideraram de melhor entendimento a versão em legal design, em comparação com a versão tradicional. Ao serem apresentadas três opções de contrato, sendo uma tradicional, outra com cores vibrantes e uma terceira com recursos de design mais sutis, a terceira versão foi a preferida por 60% dos participantes.
De acordo com o levantamento, os próprios advogados acreditam que documentos elaborados com técnicas de legal design são mais compreensíveis e preferem recebê-los nesse formato, em vez do tradicional. Para Erik Fontenele Nybo, fundador e CEO da Bits, os elementos gráficos são fundamentais para auxiliar na compreensão de documentos jurídicos, independentemente do perfil do leitor. “O legal design proporciona maior nível de atenção, interação e compreensão desses documentos”.