Estudo global “A Empresa do Futuro”, realizado pela IBM com CEOs, revela aumento significativo no número de líderes de negócios que vislumbram importantes mudanças pela frente, e também destaca como as habilidades para absorver e gerenciar tais mudanças estão aumentando a distância entre empresas líderes e os demais participantes do mercado. A pesquisa é baseada em entrevistas com 1.130 CEOs de 40 países e 32 setores da economia.
Os CEOs demonstram um nível surpreeendente de otimismo ao reportarem as mudanças como oportunidades para obter vantagem competitiva. No geral, 83% esperam mudanças substanciais no futuro – 68% dos executivos brasileiros compartilham essa expectativa -, um crescimento de 28% em relação a 2006. Entretanto, os CEOs admitem que as habilidades para a gestão efetiva das mudanças está crescendo a um passo mais devagar. Os CEOs apontam um gap de 22% entre a capacidade de gerenciar mudanças e as expectativas quanto ao nível de mudança que precisarão administrar. Já na visão dos executivos latino-americanos, a habilidade em lidar com as mudanças é apenas 5% inferior à necessidade futura.
Os CEOs apontam a própria base de clientes como fonte de mudanças mais importante, principalmente devido ao surgimento de duas categorias de clientes: os ´famintos por informação´ e os ´preocupados com a sociedade´. De todas as tendências identificadas no estudo, os CEOs pesquisados planejam um crescimento substancial dos investimentos para atingir estes grupos de clientes.
“A empresa do futuro aceita a mudança como uma condição permanente de uma organização. Os CEOs que demonstram a capacidade de gerenciar grandes mudanças sabem que podem bater a concorrência, atingindo novos grupos de clientes e transformando o plano de negócio em torno dos princípios da integração global,” afirma Ricardo Gomez, diretor da IBM Global Business Services no Brasil.
Os famintos por informação – Uma das novas categorias de cliente é aquela dos que desejam todos os tipos de informações e, freqüentemente, transmitem os pontos de vista e expectativas mundialmente via Internet. Estes clientes estão trocando o papel passivo por um envolvimento mais intenso com as organizações e com outros grupos de clientes, demandando flexibilidade e capacidade de resposta das empresas com as quais escolhem fazer negócios. Embora estes clientes sejam mais demandantes, a maioria dos CEOs não os vêem como uma ameaça, mas como uma oportunidade para a diferenciação e capitalização de novas oportunidades de mercado.
Em linha com a visão dos executivos de todo o mundo, os CEOs brasileiros planejam um aumento de 23% nos investimentos para atender a estes clientes mais sofisticados e demandantes nos próximos três anos.
Esse investimento é ainda mais afirmado entre as organizações que apresentam melhor desempenho financeiro mundialmente. Os CEOs de empresas com altas taxas de crescimento nas margens de lucro indicam aumento de 36% nos investimentos focados nos clientes da categoria “famintos por informação” nos próximos três anos. A maioria deles serão dedicados a novas competências operacionais que melhorem a colaboração e a inovação nos produtos, mais orientados à transparência e adaptados a segmentos de mercado específicos.
Os preocupados com a sociedade – Os CEOs concordam que as expectativas dos clientes com responsabilidade social corporativa (CSR) estão crescendo e que a responsabilidade social desempenhará um papel importante na diferenciação da empresa do futuro. Os clientes estão se unindo a organizações socialmente responsáveis e demandando cada vez mais produtos e serviços com este perfil. Os CEOs indicam que, apesar dos clientes sempre terem se preocupado com questões sociais, somente agora estes temas estão sendo transformados em ações.
Para entender e atingir melhor o novo cliente preocupado com a sociedade, o grupo de CEOs pesquisados planeja aumentar os investimentos na ordem de 25% nos próximos três anos, o maior aumento percentual dentre todas as tendências identificadas no estudo. Porém, na América Latina, esta tendência não se mostra tão forte, já que os executivos da região esperam crescer apenas 3% seus investimentos em iniciativas relacionadas a responsabilidade social corporativa.
Os CEOs também revelam que a reputação das iniciativas de CSR é uma importante ferramenta para atrair e reter funcionários. O estudo mostra, ainda, que enquanto o interesse dos CEOs por questões ambientais dobrou nos últimos quatro anos globalmente, esta preocupação não está bem distribuída por todo o mundo. Os CEOs da Ásia Pacífico e da Europa lideram o foco nas questões ambientais, seguidos pelos executivos das Américas.