Com os consumidores cada vez mais conectados e produtos disponíveis a um clique de distância, como incentivar o cliente a frequentar as lojas? De acordo com a pesquisa The Tomorrow Store, conduzida pelo The Future Laboratory com colaboração da Voltage, a resposta está no teatro. “As pesquisas indicam que o teatro é o coração de uma maneira inteligente de vender produtos e serviços. As lojas têm que incorporar elementos teatrais para criar vínculos e fidelizar consumidores”, explica Paulo Al-Assal, diretor-geral da Voltage e especialista em tendências. Ele explica que isso pode ser obtido seja na criação de um cenário diferenciado, no treinamento da equipe de vendas, na entrega e na gama de produtos. “A essência é tornar a compra uma experiência a ser vivenciada in loco”, detalha.
Para Al-Assal, a pesquisa mostra que o varejo, em especial o on-line, tornou a experiência de compra em uma atividade chata, passiva e desprovida de emoção – esse sentimento de tédio leva o consumidor a ser inconstante; infiel. “A loja do futuro deve transformar a experiência de compra em algo único, singular. Na prática, a operação de venda deve ser alinhada ao perfil de cada cliente; aos desejos e caráter do consumidor”, avalia o especialista, acrescentando que as empresas e marcas não vão sobreviver e prosperar se não investirem para entender a psicologia do novo consumidor.
Em rede, os consumidores contemporâneos estão interessados em um consumo de nicho. As marcas inteligentes estão atuando nessa direção e criando eventos ALIVE – Accessible, Live, Intimate, Visceral e Exclusive (acessível, ao vivo, íntimo, visceral e exclusivo). Para o lançamento da cerveja Black, a marca Stella Artois, por exemplo, criou os eventos The Black Diamond e The Night Chauffer com atividades de teatro participativo. Visitantes selecionados pela marca, “mergulharam” em uma cena de filme noir em pubs, atuando como personagens de uma narrativa dentro de um teatro experimental.
“As marcas inteligentes estão se destacando ao oferecer experiências fantásticas que podem vir em forma de jogos, atividades culturais e educacionais”, afirma Al-Assal. Ele cita a iniciativa da marca de roupas Topshop, que contratou empresa especializada para desenvolver um game relacionado ao tema moda; entre as tarefas, os clientes-jogadores tinham que completar looks e apontar tendências. Os melhores trabalhos conquistaram 20% de desconto e uma maratona de compras em lojas, no valor de 500 libras.
Em uma ação de relacionamento, a Levi´s montou uma oficina de cinema em Los Angeles, oferendo câmeras e salas de edição para consumidores-convidados. Depois de finalizar os filmes, os clientes-cineastas convidaram os amigos para a exibição. “Ações como essas desenvolvem no consumidor o senso de lealdade às marcas que faz sua vida ficar mais divertida e interessante. Trata-se de uma moeda social e experimental; uma nova forma de enxergar a fidelização de clientes. A loja do amanhã será móvel, pessoal e experimental”, salienta Al-Assal.