Cliente, eu escolho você!

No Brasil há quase um mês, o jogo para celular Pokémon GO se tornou rapidamente a nova moda do momento. Seja entre aqueles que gostam do game e estão ávidos na caça aos bichos do desenho, seja entre os que não são muitos adeptos e olham para a novidade com ressalva, não se pode negar que o jogo vem sendo amplamente comentado por todos. Assim, percebendo o sucesso e a quantidade crescente de jogadores, muitas empresas começaram a planejar maneiras de se fazerem presentes na plataforma. Ao invés de ir atrás de pokémons, elas estão caçando clientes, atraindo-os para seus estabelecimentos.
A ideia não é puramente brasileira. Nos países em que o jogo havia sido lançado anteriormente, como nos Estados Unidos, surgiram casos, por exemplo, de lanchonetes incomodadas com o fato de que as pessoas apenas entravam nelas em busca de algum item ou bicho do jogo, sem consumir nada. Outros, no entanto, viram a oportunidade, já que a tecnologia poderia aumentar significativamente a quantidade de pessoas indo ao estabelecimento. Segundo o CEO da Hive, Mitikazu Lisboa, não se pode negar: o jogo já é uma importante ferramenta de marketing. “Muitos já estão usando estratégias para atrair clientes utilizando mecânicas de jogo, como itens que aumentam a quantidade de pokémons em uma determinada área”, comenta.
O executivo avalia ainda que aliar-se ao jogo não somente ajuda a aumentar o fluxo de visitas nas lojas, como torna esses visitantes em clientes recorrentes. Ou seja, fazer do game, literalmente, a porta de entrada para que mais consumidores conheçam sua marca. “Uma coisa que se vê cada vez mais também são marcas que utilizam a temática do jogo e o conteúdo gerado por usuários para se aproximar do público Pokémon em suas redes sociais”, acrescenta. O que não deixa de ser outra estratégia efetiva, uma vez que será a maneira de conseguir se aproximar do público, dizendo daquilo que ele gosta de conversar, fazendo parte de seu mundo.
Sem contar que não estar atento a essas novidades e tendências que surgem é um risco para as empresas, pois podem ficar para trás na concorrência. Como exemplifica Lisboa, onde estão hoje os empreendedores que acharam que as redes sociais era algo passageiro? Se não aderiram a elas, podem nem estar presentes mais no mercado. “Mais do que fidelizar, entender as novas tecnologias é uma maneira de garantir que a sua marca não fique para trás em um mundo ultraconectado e no qual as coisas mudam diariamente”, analisa.
Assim, gostando ou não do jogo, é preciso concordar que ele é uma experiência disruptiva e também faz uso de duas tendências que são fundamentais para o marketing digital: geolocalização e a realidade aumentada. “Não vejo uma empresa de consumo tendo sucesso nos próximos três, cinco anos se não entender bem de tecnologias como realidade aumentada, realidade virtual, inteligência artificial e geolocalização”, crê o CEO.

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