A falta de produto no ponto-de-venda, conhecida tecnicamente por ruptura, frustra e irrita o consumidor, além de trazer graves conseqüências tanto para o ponto-de-venda (varejo), quanto para as marcas (indústria). Um estudo realizado em 2007 por Thomas Gruen e Daniel Corsten, ambos da Universidade do Colorado, revelou que em 45% dos casos os consumidores substituem os produtos por similares, em cerca de 31% das vezes trocam de loja e em 14% dos casos dificilmente retornam à loja.
Claudio Czapski, superintendente da Associação ECR Brasil, diz que alguns consumidores chegam a tomar medidas mais extremas. “Existem outras pesquisas que demonstram que, caso não encontre 20% dos itens procurados, o cliente é capaz de largar o carrinho inteiro para trás, por mais cheio que esteja”, explica.
“A ruptura foi, é e parece que sempre será um importante problema gerencial” em toda a cadeia de abastecimento, conclui um relatório do Núcleo de Pesquisa e Publicação, da ESPM, que inclui uma pesquisa realizada por alunos da escola, com supermercadistas paulistas. De acordo com a pesquisa, o nível de ruptura médio dos supermercados paulistas é de 8,3%. Isso significa que de cada 100 itens cadastrados na loja mais de oito não estão presentes nas gôndolas. Ou seja, são desperdiçadas muitas oportunidades de vendas, cujas perdas podem alcançar 40% para o varejo e 35% para a indústria. “Estima-se que os prejuízos com esse problema alcancem pelo menos R$ 8 bilhões todos os anos”, diz Claudio Czapski.