Apesar de ainda parecer um termo novo no país, a “gamificação” já vem sendo uma prática utilizada pelas empresas, especialmente estrangeiras, e talvez já faça parte do cotidiano de algumas pessoas. O termo, derivado de “game”, nada mais é do que motivar o cliente a fazer melhor se houver um ambiente lúdico envolvido. “A verdade é que a gamificação foi entrando em nossas vidas, devagar, sem que nos déssemos conta e parece que chegou para ficar. As marcas e suas áreas de marketing já compreenderam essa tendência ao lúdico, o apelo que isso provoca e estão tirando bom proveito disso. Tudo o que puder intensificar a experiência vivida no presente será melhor aceita pelas pessoas, ávidas por um pouco de alívio ao stress cotidiano”, explica Eline Kullock, presidente da Stanton Chase e especialista em geração Y.
Eline vem estudando esta estratégia e acompanhou cases, como o do Foursquare. A ferramenta popularizou o “check-in” e superou a marca de 30 milhões de usuários. Outro sucesso é o Waze, aplicativo de trânsito e navegação. O programa ajuda a encontrar amigos que estão indo para o mesmo destino e permite que os usuários forneçam informações e alertas em tempo real sobre acidentes, perigos, congestionamento, entre outros. Sem contar que no aplicativo que funciona como GPS, o usuário é capaz de encarnar um personagem, o Wazer, publicando seu estado de espírito, fazendo-o crescer e sair do estágio bebê para a vida adulta, podendo chegar a ser um guerreiro ou até um rei.
“O ser humano prefere atividades lúdicas, seja envolvendo um desafio, uma descoberta, uma experiência gratificante ou até uma competição. Se as pessoas puderem socializar essa experiência, então, o jogo tem ainda mais garantias de sucesso”, diz a especialista. Para ela, a gamificação vai ser bem aceita no Brasil e em toda a América Latina. “Em minha experiência com profissionais de várias partes do mundo, pude comprovar que os latinos, de forma geral, gostam mais de gamificar a vida que os europeus. Somos mais abertos a brincadeiras e entramos mais facilmente no mundo da fantasia.”
Outro motivo que faz a executiva apostar na tendência, é que os membros da geração Y já possuem uma vida voltada à realidade dos jogos. “Os jovens nem percebem que o conceito foi introduzido intencionalmente em suas vidas. São inúmeros os processos em forma de jogo ou competição que fazem parte do cotidiano, que oferecem recompensa, a exemplo das companhias aéreas, que criaram seus programas de fidelidade”, completa.