Segundo apurou a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), o faturamento real do comércio varejista da Região Metropolitana de São Paulo, em 2006, foi 3,9% maior do que o verificado no ano anterior, com aumento, em dezembro, de apenas 0,9% em comparação com o mesmo mês de 2005. Este comportamento já havia sido previsto anteriormente pela entidade.
Segundo o presidente da Fecomercio, Abram Szajman, os resultados de 2006 estão em sintonia com o comportamento geral da economia, cujo PIB anual tem crescido aquém das expectativas. No entanto, o início de ano deve apresentar pequenos sinais de melhora. “A expectativa é que janeiro deste ano repita o desempenho observado no mesmo mês de 2006, quando o volume de vendas atingiu nível expressivo para o período”, analisa Abram.
Dentre as atividades com sazonalidade típica do Natal, apenas as lojas de vestuário, tecidos e calçados, e de departamentos tiveram, em dezembro, desempenho positivo de, respectivamente, 5,9% e 0,4%. As melhores taxas de crescimento foram registradas nos segmentos com baixa correlação com os produtos destinados a presentes – veículos, 8,8%; farmácias, 7,8% e material de construção, 6,4% observada a relação dezembro de 2006/dezembro de 2005. O mais inesperado, no entanto, foi o resultado de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos, cujas vendas, em dezembro de 2006, ficaram 8,8% abaixo das registradas no mesmo mês de 2005 invertendo, inclusive, a tendência de crescimento antes observada.
A concessão de crédito é um dos elementos que contribuem para o aquecimento nas vendas. Em dezembro, ela se aproximou dos R$ 43 bilhões, volume 5% superior ao do mesmo mês de 2005, no entanto, 1,1% abaixo dos valor dos empréstimos concedidos em novembro. Considerando-se a sazonalidade do período e sua influência nas vendas do varejo, a diminuição do crédito em dezembro passado pode ser um claro sinal de esgotamento da capacidade de endividamento do consumidor.