Casos que ilustram como o RPA promove a eficiência operacional e impacta positivamente diversos aspectos de uma organização
Autor: Renan Salinas
No cenário corporativo atual, onde a busca por eficiência, agilidade e inovação se intensifica a cada dia, o RPA (Robotic Process Automation) surge como uma ferramenta transformadora, com um impacto muito além da mera automação de tarefas repetitivas. Sua aplicabilidade transcende a simples substituição de operações manuais, tornando-se uma estratégia fundamental para empresas que almejam não apenas manter-se competitivas, mas também alcançar uma eficiência operacional sustentável.
Em um contexto em que a necessidade de adaptação rápida e a minimização de erros são necessárias para a sobrevivência organizacional, o RPA se estabelece como um catalisador do progresso e da excelência. No entanto, diante dessa poderosa ferramenta, surge uma pergunta essencial: como calcular o ROI (Retorno sobre Investimento) de uma implementação de RPA?
Precisamos entender que a medição do ROI em RPA não deve ser vista como uma tarefa simples ou linear, mas como um processo estratégico que requer uma abordagem meticulosa e estruturada. Cada componente do RPA – desde sua implementação até seus benefícios duradouros – deve ser analisado e avaliado de maneira abrangente. A seguir, apresento um caminho detalhado para calcular o ROI de forma eficaz.
A primeira etapa envolve mapear de forma cuidadosa os benefícios, tanto tangíveis quanto intangíveis, que a automação pode trazer. Os benefícios tangíveis incluem a economia de tempo, a redução de custos operacionais, o aumento da produtividade e a melhoria significativa na experiência do cliente.
Já os intangíveis são aqueles mais difíceis de medir, como o aumento da moral e da satisfação dos colaboradores, que, ao serem liberados de tarefas repetitivas e monótonas, podem focar em atividades mais estratégicas e criativas, impulsionando um ambiente de trabalho mais inovador e colaborativo.
Para transformar os benefícios em dados concretos, é preciso realizar uma conversão de tempo, custos e produtividade. Isso pode incluir a contabilização de horas de trabalho economizadas, a redução percentual de erros ou falhas humanas, e até mesmo as economias financeiras projetadas ao longo de um período. Esta etapa é vital, pois oferece uma base numérica que será utilizada para calcular o retorno real da implementação do RPA.
Como qualquer outro investimento em tecnologia, a implementação do RPA envolve custos iniciais, como a infraestrutura necessária, o desenvolvimento de sistemas personalizados, a implementação e a integração com sistemas já existentes, além das despesas com treinamento de equipes e manutenção contínua. Esses custos precisam ser bem mapeados, desde os investimentos iniciais até as despesas de manutenção a longo prazo, para garantir que a análise do ROI seja equilibrada e precisa.
O cálculo do ROI, embora simples em sua fórmula, pode refletir o verdadeiro valor da automação. A equação é a seguinte: ROI = (Benefícios – Custos) / Custos x 100. Esse cálculo proporciona uma visão clara da relação entre os investimentos feitos e os benefícios gerados, expressando o retorno financeiro obtido por meio do RPA.
Por exemplo, se a implementação de um sistema de automação gerou R$ 100.000 em benefícios e custou R$ 60.000, o ROI será de 66,67%. Este número revela que, para cada real investido, a empresa obteve um retorno de R$ 1,67. Após calcular o ROI, é crucial realizar uma análise profunda e uma interpretação que vá além dos números financeiros.
É importante avaliar como os resultados se alinham aos objetivos estratégicos da empresa, considerando, por exemplo, a satisfação dos clientes, o impacto na cultura organizacional e os ganhos de competitividade. Benefícios como o aumento do tempo dedicado a tarefas de maior valor estratégico, a redução de turnover e o fortalecimento da marca também devem ser considerados como indicadores valiosos da eficácia do RPA.
As empresas que adotaram o RPA têm observado transformações radicais em seus processos e resultados financeiros. No setor financeiro, por exemplo, processos de compliance que anteriormente consumiam dias de trabalho agora são realizados em questão de horas, proporcionando uma redução de custos operacionais de até 50%, além de uma experiência mais ágil e eficiente para os clientes.
Em outro setor, a indústria manufatureira, a implementação do RPA permitiu o rastreamento em tempo real da cadeia de suprimentos, o que não só otimizou os estoques, mas também reduziu drasticamente o desperdício de materiais e melhorou a previsibilidade de demanda. Esses casos ilustram como o RPA, ao promover a eficiência operacional, pode impactar positivamente diversos aspectos de uma organização, desde o custo financeiro até a qualidade do atendimento ao cliente e a eficiência dos colaboradores.
A verdadeira força do RPA reside em sua capacidade de reconfigurar a forma como os processos empresariais são conduzidos, gerando um retorno muito além dos números financeiros, ao impulsionar uma cultura corporativa mais ágil, inteligente e orientada para resultados sustentáveis.
Renan Salinas é CEO e founder da Yank Solutions.