Depois de muito tempo mantendo o modelo de negócio praticamente inalterado, a indústria automotiva está começando a encarar a era móvel e conectada. Em troca disso, várias tendências importantes terão uma influência significativa sobre o futuro da mobilidade e o padrão atual do setor automotivo sofrerá pressão de todos os lados. Segundo o estudo “Operárias ou donas do jogo: A indústria automotiva está na encruzilhada de uma era altamente digitalizada”, realizado pela KPMG, as montadoras ainda buscam suas melhores alternativas para tirar proveito do fato de que, no futuro, o carro não será o único foco do negócio e que crescerá a importância de os dados do consumidor estarem conectados de maneira inovadora para gerar novos fluxos de receita para a indústria.
“Empresas como a Apple e o Google já estão mostrando o que a tecnologia e a inteligente utilização de informações cotidianas podem oferecer com inovações no dia a dia das pessoas, incluindo aquelas relacionadas ao automóvel. Sendo assim, as montadoras tradicionais lidam com enorme pressão temporal para adequar seu modelo de negócios para os próximos anos o mais rápido possível, de modo a fazer frente a esses concorrentes”, afirma o diretor de relacionamento da KPMG no Brasil para a indústria automotiva, Ricardo Bacellar.
Segundo a pesquisa, essa nova tendência levanta a questão sobre qual será o posicionamento ideal das montadoras no novo ecossistema que se anuncia. “Chegou a hora das empresas decidirem se permanecerão apenas como fornecedoras de veículos, deixando o caminho livre para novos entrantes concorrerem entre si pelos dados do cliente, o verdadeiro tesouro. Ou se serão capazes de permanecer como protagonistas do jogo e expandir seu modelo de negócios para além da produção de automóveis, acompanhando seus clientes durante todo seu ciclo de vida e oferecendo-lhes produtos e serviços customizados”, analisa o executivo.
Diante disso, o estudo aponta pelo menos quatro temas fundamentais para um posicionamento estratégico bem sucedido nos próximos anos: mudanças profundas no modelo de relacionamento com os clientes; conectividade e data analitics como plataforma para novos modelos de negócio; ciclos de inovação mais curtos e customização como armas de fidelização; e a Internet of Behaviour se sobrepõe à Internet of Things.