Tem sido lento, porém contínuo, o crescimento dos consumidores que buscam informações e compram tanto pelos canais on-line como pelos off-line, é o que aponta uma pesquisa feita pela GfK. A FutureBuy foi realizada com 100 usuários da internet, com idade acima de 18 anos que fizeram compras entre março e agosto de 2014. São 15 categorias que fazem parte do estudo: beleza, cuidado pessoal, comidas e bebidas, limpeza, medicamentos OTC (que não necessitam prescrição médica), eletrônicos, celulares, eletrodomésticos, serviços financeiros, de saúde e de restaurantes, além de automóveis, brinquedos, artigos do lar, construção e casa e jardim.
No Brasil, a média de compra das 15 categorias está no patamar de 24%, praticamente no mesmo nível que na América Latina (26%). As três categorias mais adquiridas pelos brasileiros são: brinquedos (42%), moda e vestimenta (39%), serviços financeiros (37%), eletrônicos (36%) e eletrodomésticos (34%). Na América Latina as categorias mais fortes no omnichannel são de eletrônicos (44%), serviços financeiros (40%), eletrodomésticos (37%) e moda e vestimenta (37%). A Argentina e o México se destacam como os que mais compram pelo omnichannel, sobretudo eletrônicos, com 54% e 48%, respectivamente.
Também existem diferenças entre as categorias de acordo com os países pesquisados; quando comparados com os demais países na América Latina, os brasileiros adquirem mais jogos e brinquedos (42%), artigos de beleza e cuidado pessoal (26%) e medicamentos que não necessitam de receita médica (20%). Quando as categorias são analisadas de acordo com as regiões do mundo, existe uma grande diferença dos itens adquiridos por meio do canal omni. Enquanto na Ásia/Pacífico as categorias beleza e cuidados pessoais (50%), comida e bebida (44%) e produtos de limpeza (37%) são bastante fortes, na América do Norte os compradores adquirem, principalmente, eletrônicos (62%), eletrodomésticos (53%), automotivos (53%) e celulares (53%).
De acordo com os entrevistados no Brasil, entre as vantagens das compras on-line em relação à física, estão economia, 61% x 44%, melhores condições de pagamento, 45% x 27%, e compra mais rápida, 42% versus 23%. Na América Latina, a principal barreira para a compra on-line é a falta de segurança. Para os 40% dos brasileiros entrevistados, a compra on-line é considerada segura, contra apenas 24% na Argentina e 27% no México e na Colômbia. Por conta disso, a compra exclusivamente on-line no Brasil (15%) é o dobro dos demais países da região.
Sobre os equipamentos mais utilizados nas compras online no Brasil, os PCs em casa estão na liderança com 91%, seguidos por PCs no trabalho (36%), smartphones (31%) e tablets (17%). Outro tema abordado refere-se à privacidade e ao “tracking” feito pelas páginas de compras. Os compradores latino-americanos são muito mais abertos que os de demais países e dizem que até gostam de receber sugestões e recomendações: no Brasil 64% dos entrevistados veem com positividade. Os resultados ainda mostraram uma tendência mundial de crescimento da pesquisa pela internet e efetivação da compra na loja (webrooming), ao mesmo tempo em que diminui a análise no varejista para adquirir o produto em canais digitais (showrooming). A América Latina segue esta tendência mundial. Houve uma retração de 19 pontos percentuais no showrooming. Dos entrevistados, 30% pesquisam na loja para depois comprar pelo seu celular, enquanto 33% pesquisam o produto pelo smartphone para finalizar a compra em um ambiente físico (webrooming).
O pagamento mobile ainda não é massivo e as principais razões apontadas no Brasil são insegurança sobre os dados pessoais (61%), o fato de ser mais uma forma de pagamento mas não um fator decisivo (55%), e tecnologia inadequada e lenta (45%). A região Ásia-Pacífico ainda é o modelo a seguir mundialmente, com 46% dos on-line shoppers que possuem smartphone afirmando que realizaram algum tipo de pagamento mobile entre fevereiro e agosto de 2014. O destaque fica para os chineses, com 82%. Já na América Latina, o México vem em primeiro lugar, com 50%, seguido do Brasil, com 41%.
O estudo da GfK também traçou o do perfil dos consumidores chamados de LEC (Leading Edge Consumer), que ditam tendências e têm um alto poder de influência. Deles, 83% possuem um smartphone e 58% tablet. Em relação às compras, 40% realizam compras on-line de alguma das 15 categorias estudadas e 29% utilizam tantos os canais digitais como os off-line. Para eles, as redes sociais são a principal fonte de informação (85% contra os 51% dos demais consumidores), bem como acreditam que são capazes de comprar 100% do que precisam de forma on-line (87% vs. 51%). Os LECs também veem que, no futuro, os locais tradicionais não ocuparão lugar importante nas suas compras (84% vs. 52%).