Autor: Mauricio Pontes
Não é novidade que o Brasil passa por um momento delicado na sua economia, as previsões para o crescimento do PIB não chegam nem ao 0,05%, e há pouco tempo os especialistas têm considerado, inclusive, a probabilidade de zerar essa porcentagem. Por outro lado, o IDC Brasil aponta um crescimento de até 5% no mercado TIC (TI e Telecomunicações) no país, em 2015. Obviamente, isso não significa que as empresas de tecnologia vão investir ainda mais no país; agora é o momento de manter, ou quem sabe até retrair, alguns dos investimentos já planejados. Mas, além dos números, na prática, como é que as indústrias e os serviços de empresas de TI pretendem se comportar esse ano?
As soluções voltadas para Business Intelligence e SMACIT (Social, Mobile, Analytics, Cloud and Internet of things) são cada vez mais procuradas, a demanda por ferramentas que disponibilizem informações estratégicas para tomada de decisão, bem como àquelas que visam endereçar as novas necessidades de seus clientes permanece contínua. As companhias buscam maneiras de ter uma visão holística do seu negócio, bem como uma análise cada vez mais assertiva dos dados do negócio, de seus processos e de seus clientes, bem como dos meios de como interagir com estes clientes exigem uma composição diferenciada que suportem algo que vem sendo chamado de Digital Strategy. Um novo papel e posicionamento são requeridos por parte dos CxOs, para que elaborem uma estratégia que atenda aos novos requisitos de informação dispersa em vários meios.
Esta estratégia necessita de uma nova abordagem e suporte voltado para a definição de uma Digital Marketing Strategy que enderece os anseios de seus clientes fiéis, bem como possibilite a expansão para novos clientes através dos novos meios; além disso há também a necessidade de uma Estratégia de Operações Digitais que contemple uma plataforma tecnológica compatível, possibilitando o processamento descentralizado, ágil, seguro e escalável nas mais diversas plataformas e localidades; finalmente, é necessário que se viabilize a diversidade de interações de seus clientes, contemplando uma Estratégia de Local de Trabalho Digital heterogêneo permitindo o acesso dos mais diversos dispositivos, aos mais variados meios tais como via mobilidade, mídia social etc.
Vemos no caso das empresas de varejo um claro exemplo da necessidade de inclusão de uma estratégia digital que inclua soluções que atendam à crescente demanda por soluções m-commerce, que vão além do e-commerce tradicional e que possibilitam, através de dispositivo móvel a navegação nos catálogo de produtos, realização de check-outs e pagamentos eletrônicos integrados à rede bancária, além da retirada da mercadoria em uma localidade próxima ou mesmo na casa do cliente; este exemplo representa o atual esforço destas empresas em alcançar a excelência da experiência do consumidor. Desta forma o Customer Experience deixou de ser uma busca e torna-se cada vez mais uma realidade e uma necessidade a ser atendida pela área de tecnologia, seja para a indústria de varejo como em todas as demais.
Além disso, considerando-se um portfólio de programas e projetos sólidos e alinhados estrategicamente, há também a necessidade de incorporação de iniciativas que garantam a qualidade de sua implementação. Neste sentido, muitas empresas estão buscando serviços complementares às iniciativas estratégicas, tais como Testing Services que garantam a qualidade dos entregáveis. Neste sentido, já há alguns anos, as empresas de TI têm investido fortemente em sólidas metodologias e ferramentas para suportar estes serviços que, inclusive, incluem alternativas para redução de custos rodando na nuvem, possibilitando um baixo investimento em ferramentas e dedicando maior montante ao aporte de serviços, neste caso serviços de testes.
O panorama do cenário atual se mostra desafiador, particularmente com as retrações econômicas e necessidades de ajustes apresentadas neste início de 2015, porém há uma perspectiva muito promissora para as empresas de tecnologia que forem capazes de fazer um alinhamento de seu portfólio às novas necessidades dos seus clientes, cuja demanda por novas tecnologias continua em franca expansão e cujo papel do CIO se torna cada vez mais fundamental no direcionamento estratégico do uso destas tecnologias, focando nas demandas essenciais ao negócio, no uso de ferramentas e no serviço de apoio à realização desta estratégia.
Mauricio Pontes é general delivery head para South Latam na Wipro.