Confiança do consumidor cai

Em setembro, o Índice de Confiança do Consumidor, ICC, registrou 85,5 pontos. Representando uma queda de 28,1% se comparado com o mesmo mês do ano passado, quando chegou a 118,9 pontos. De acordo com a assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, FecomercioSP, responsável pelo índice, a leve alta de 1% sobre os 84,7 pontos registrados em agosto não significa, contudo, um cenário de melhora. Mas uma possível estagnação do quadro pessimista que o indicador já vem registrando há alguns meses.
 
Para a Entidade, os consumidores paulistas se mantiveram pessimistas por causa da profunda deterioração do quadro socioeconômico. Na avaliação dos economistas, o ICC deve ser avaliado sob duas óticas: sua dimensão e sua trajetória. No que se refere à magnitude, os 85,5 pontos representam que o consumidor permanece pessimista. Em relação à trajetória, nota-se que, após a forte deterioração da confiança observada nos últimos meses, o indicador aparentemente se estabilizou – na zona de pessimismo, mas ainda não dá sinais de recuperação da confiança por parte do consumidor.
 
Gênero e Renda
Após oito meses com resultados negativos, os dois componentes do indicador mostraram ligeiro acréscimo em suas avaliações. O Índice das Condições Econômicas Atuais, ICEA, registrou um leve avanço de 0,9% ao passar de 59,3 em agosto para 59,8 pontos em setembro. Enquanto o Índice de Expectativas do Consumidor, IEC, cresceu 1,1%, passando de 101,6 em agosto para 102,7 pontos em setembro.
 
A confiança dos homens em relação ao momento atual diminuiu 1,3% e passou de 64,3 em agosto, para 63,5 pontos em setembro. Já entre o público feminino, o ICEA apresentou alta de 3,4% ao passar de 54,3 em agosto, para 56,1 pontos em setembro. Na classificação por renda, os consumidores com rendimentos acima de 10 salários mínimos seguem mais confiantes em relação às condições econômicas atuais do que aqueles com menor renda. O indicador do grupo registrou alta de 2%, subindo de 65,9 em agosto para 67,2 pontos em setembro.
 
No IEC, o destaque ficou por conta do público masculino, onde apurou alta de 3,2% ao passar de 103,6 em agosto para 107 pontos em setembro; já as mulheres se mostraram mais pessimistas em relação ao futuro: queda de 1,1%, ao passar de 99,5 em agosto para 98,3 pontos em setembro. Destaca-se também o avanço observado entre os consumidores com rendimentos abaixo de 10 SM: alta de 1,8% ao passar de 96,9 em agosto para 98,7 pontos em setembro. 
Para a FecomercioSP, a queda anual do indicador está claramente espelhada na instabilidade do atual momento econômico do País, onde as más notícias econômicas têm se alternado com algumas ações do governo na tentativa de aumentar a carga tributária. A Entidade ressalta que a crise já apresenta reflexos concretos nos indicadores ligados diretamente à vida das famílias, como poder de compra e emprego, elevando o nível de insegurança e mantendo os consumidores pessimistas.

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