Confiança do consumidor fica estável

A confiança do consumidor brasileiro segue estável em outubro, mas ainda em patamar pessimista – abaixo dos 100 pontos. É o que aponta o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que registrou 72 pontos, dois a menos em relação com setembro. A pesquisa vai de 0 a 200 pontos e mede a visão e a segurança da população em relação ao País, às finanças do brasileiro e prevê o comportamento destas pessoas na hora da compra. Neste mês 1.568 pessoas foram entrevistadas em todo o território nacional.

Apesar da aparente queda, o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, explica que a curva ainda se mantém ascendente e que o indicador está dentro da margem de erro para a pesquisa – dois pontos para cima ou para baixo. “A combinação de inflação e o desemprego que estão em alta ainda preocupam os consumidores que seguem cautelosos e desconfiados com o futuro de suas finanças, por exemplo”, analisa o economista.

Nos últimos dois meses o indicador de confiança da ACSP ficou estagnado em 74 pontos, interrompendo a tendência que apontava para uma melhora no ‘humor’ de quem acredita em um País melhor. A curva ascendente começou a ser registrada a partir de maio. Naquela ocasião o indicador marcava 66 pontos e foi aumentando mês a mês desde então. A melhora na confiança dos consumidores, segundo o economista, vai depender da recuperação do emprego e da renda e do ritmo da cobertura vacinal.

Confiança por região
Entres as regiões pesquisadas, o indicador apontou que no Sudeste a confiança se manteve igual ao mês anterior, com 75 pontos. No Sul e no Nordeste o dado está dentro da margem de erro, apesar das quedas de um e dois pontos, 66 e 63 pontos respectivamente, o que é considerado estável.

Os consumidores do Centro-oeste e do Norte do País são os menos confiantes de acordo com a amostra. A queda no indicador para as regiões foi de quatro pontos: 83 e 85 respectivamente. O fator principal para esta desconfiança no centro-oeste está na estiagem, uma das maiores dos últimos 90 anos, o que prejudica a produção agrícola. No Norte, o ritmo da vacinação, mais lento, ainda preocupa os consumidores. Seis dos sete estados que compõem a região têm as menores coberturas vacinais do Brasil.

A pesquisa ouviu entrevistados de todas as classes sociais. Entre os mais confiantes, a classe C é a mais otimista, com 80 pontos, enquanto a classe DE é a mais desconfiada, com 51 pontos.

Questionados sobre como os consumidores se sentiam com relação à economia, situação financeira e o emprego, o indicador nacional registrou 58 pontos entre os entrevistados muito insatisfeitos com a atual situação. Entre o grupo de pessoas que disseram estar muito satisfeitos o indicador atingiu 25 pontos.

Entre os que acreditam que o País está na direção errada, o indicador marcou 59 pontos, 20 pontos para os que acreditam que o Brasil está na direção certa, e 21 pontos para os que não souberam avaliar.

Confiança do Consumidor Paulista
Interrompendo a série de quatro altas seguidas, o Índice de Confiança Paulista (ICCP), recorte estadual do INC, marcou um ponto a menos que setembro, com 74. Desde junho, o indicador se manteve em curva ascendente: 65, 69, 73 e 75. Para Ruiz de Gamboa não há motivos para preocupação, uma vez que a oscilação está dentro da margem de erro da pesquisa. “Continuamos em curva ascendente. O Estado de São Paulo avança na vacinação, a economia aos poucos voltará ao patamar registrado anteriormente a pandemia”, disse. No Estado de São Paulo, a melhora no humor do consumidor foi constada a partir do avanço na vacinação e a maior flexibilização do horário de funcionamento das lojas e comércio.

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