Confiança sobe, mas pessimismo continua

No mês de fevereiro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 95,2 pontos. Uma alta de 7%, se comparado ao mês anterior, quando registrou 89 pontos. Já na comparação anual, a queda foi acentuada (-15,6%). A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total).
 
O aumento do ICC, segundo os economistas da entidade, foi motivado pelo Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), um dos indicadores que compõem a pesquisa. O ICEA registrou alta de 16,5% no comparativo com janeiro. Passando de 57,1 pontos para 66,5 em fevereiro. Já em relação ao mesmo mês de 2015, quando o índice registrou 109,7 pontos, houve queda de 39,3%. O Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) – o outro requisito que compõe o ICC -, por sua vez, registrou alta de 3,6%, ao passar de 110,3 pontos, em janeiro, para 114,4, em fevereiro. Na comparação com o mesmo mês de 2015, o IEC sofreu leve queda de 0,6%.
 
De acordo com a FecomercioSP, apesar da confiança do consumidor subir em fevereiro e manter a trajetória positiva dos últimos três meses, essa melhora deve ser avaliada levando em consideração a magnitude do indicador. Esse ainda está dentro da zona do pessimismo. Assim, é possível dizer que as oscilações registradas desde dezembro estão dentro da normalidade e apontam mais para uma acomodação no patamar de pessimismo do que para uma tendência de recuperação da confiança.
 
Na análise anual, a entidade reforça que os fatores responsáveis pela trajetória negativa do ICC continuam os mesmos: o mercado de trabalho com sinais cada vez mais claros de deterioração – aumentando, assim, a insegurança do consumidor em relação ao seu emprego –  e a perda do poder de compra, resultado da combinação de ganhos de renda mais modestos e crédito mais caro.
 
Gênero e renda 
Em uma análise segmentada do ICEA, os consumidores de 35 anos ou mais foram os que mais aumentaram a confiança com a situação atual da economia em fevereiro – alta de 23,7% em relação a janeiro do indicador. Saindo de 50,8 para 62,9 pontos. No caso das pessoas que ganham menos de dez salários mínimos e daquelas que recebem mais de dez salários mínimos, o aumento do ICEA foi parecido em fevereiro (16,6% e 16,3%, respectivamente). Em relação ao futuro, os consumidores que ganham dez salários ou mais foram os únicos que registraram queda do IEC (recuo de 1,4% em relação ao mês passado, ao passar de 109,7 para 108,2 pontos em fevereiro). Entre os consumidores que ganham menos de dez salários mínimos, houve alta de 6% (117,3 pontos, ante 110,6 em janeiro).

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