Autora: Claudia Valls
Para essa geração, os CDs já são “vintage” e as amizades são contadas pelo Facebook e Orkut. Bem vindos à “Geração Z”. Fontes diferentes a definem de acordo com datas variáveis, mas para efeito de escrever este artigo, tal geração será situada entre aqueles que nasceram, mais ou menos, entre 1994 e 2000. As crianças lêem através do Kindle ou do iPad e suas canções de ninar são baixadas por U$ 0,99 no iTunes. Eles são mais espertos do que a nossa geração e demandam que os levemos a sério como futuros consumidores.
Definir a geração Z como bem integrada às tecnologias é tão obvio como dizer que o marketing visa atingir os consumidores. Os “Zers” são a tecnologia. Assistiram o primeiro presidente ser eleito por meio do esforço em massa das redes sociais. Entendem que 140 caracteres não são apenas uma contagem de letras e espaços e, sim, uma arma a ser usada.
Obviamente, há motivos legítimos para preocupações no que diz respeito ao tempo que a molecada passa on-line em detrimento do que gasta no “mundo real”. Mas é necessário que se indague se o tempo que se dedicam à internet é, necessariamente, uma coisa ruim. Graças ao Facebook, Skype, Orkut etc., esses garotos estão se comunicando, de fato, com familiares e amigos espalhados por toda parte sem a necessidade de estarem no mesmo espaço físico. Isso quer dizer que “socializar” não é, necessariamente, estar fisicamente com os amigos, sair com eles, fazer compras em suas companhias, mas que se trata de uma atividade que ocorre como uma experiência on-line solitária, mesmo que colaborativa e interativa.
Apesar disso, essa geração não esta confinada a um cômodo com seu PC, pois todos os aparelhos de que precisam para se manterem eternamente conectados à internet estão à mão, onde quer que estejam. Essa é uma das diferenças mais marcantes entre as gerações Y e Z. A primeira ainda se lembra da vida pré-proliferação de tecnologias em massa, enquanto a segunda é definida, com freqüência, como os “nativos digitais”. Este fato fez com que a geração Z seja impaciente, indiferente, introvertida, requeira gratificações instantâneas e tenha uma capacidade de concentração menor em relação às outras gerações.
Como a maior parte da geração Z tem, atualmente, 13 anos de idade, em cinco anos essas “crianças” estarão trabalhando, recebendo seus salários e consumindo. Este grupo, nascido depois de 1994, começa a ter grande impacto no ambiente dos consumidores. E os publicitários já estão adotando estratégias diferentes para as diferentes gerações.
Menos interessados em mídias passivas e gastando um tempo enorme em redes sociais, esta geração deu um novo significado ao termo “audiência interativa”. Ao tentar alcançar a geração Z, as marcas e os publicitários devem reconhecer que seu novo consumidor alvo se tornou um expert em marcas. O maior desafio dos departamentos de marketing será abraçar suas características como investimentos de longo prazo para a construção de um relacionamento duradouro. Seu maior risco é subestimar a maturidade do consumidor Z.
A tarefa torna-se, então, achar a melhor forma de atrair esse segmento para o mercado. Considere o botão “Like”, presente em muitos sites de redes sociais. “Gostar” de um produto pode levar amigos a fazerem o mesmo e a fidelidade à marca será gerada de forma espontânea a partir dos próprios consumidores. Tais marcas precisam entender a Geração Z como uma aliada de marketing, e devem estar abertas à sua participação. Além disso, necessitam trabalhar para proporcionar formas cada vez mais interessantes e originais para personalizar seus produtos, compartilhá-los com os indivíduos desta geração e evangelizá-los. E a sua empresa? Já está antenada com os “Zers”?
Claúdia Valls é analista de mídias sociais e colaboradora do iDigo – Núcleo de Inteligência Digital.