Consumo no Brasil deve crescer em 2017

Seguindo a tendência de melhora de indicadores como o PIB, produção industrial e controle da inflação, o consumo também apresentará números positivos, sem, no entanto, superar patamares da bonança econômica, é o que aponta estudo da Kantar Worldpanel, em parceria com o Ibope DTM. Após cair 7,4% em volume em 2015, as compras dos lares brasileiros cresceram 2,6% em 2016, mesmo patamar alcançado em 2012. Para 2017, o aumento deve ficar na casa de 1,7%, positivo, porém longe dos 4,2% registrados em 2014. As projeções levam em conta os últimos sete anos, analisam 60 categorias de alimentos, bebidas, higiene e limpeza, em uma amostra de 11.300 lares no Brasil (representando um universo de 53 milhões de domicílios).
A cesta de limpeza é o item que vai apresentar o melhor desempenho no presente ano. Em 2016, avançou principalmente por meio de produtos básicos e embalagens maiores, com capacidade de atender por mais tempo as necessidades do consumidor. Ainda segundo o levantamento, os lares com menos pessoas são os que vão se recuperar primeiramente, graças à renda per capita mais elevada – os lares com uma a duas pessoas tiveram renda média mensal de R$ 1.799 em 2016, crescimento de 3,3% em relação ao ano anterior, enquanto que os compostos por 3 a 4 indivíduos e 5 ou mais, respectivamente, registraram renda de R$ 908 (- 2,3% em comparação com 2015) e R$ 717 (alta de 2%). Os lares com donas de casa acima de 50 anos terão baixo crescimento em 2017. Porém, há grandes oportunidades de explorar esse público, que possui maior renda crescente.
Sucesso durante os momentos mais agudos da crise, o atacarejo seguirá se destacando entre os canais de compra nos próximos meses. O estudo aponta que o crescimento para este ano chegará aos 17,3% em volume, mantendo a tendência de crescimento em duplo dígito. O varejo tradicional, que chegou a cair 5,8% em volume em 2015, terá aumento de 5% em 2017, superando os 4,6% do ano passado.
Entre os produtos que devem ganhar força e garantir a presença nos carrinhos de compra estão o desodorante aerosol, grande impulsionador da categoria, com crescimento previsto de 13,2% em volume neste ano. Analisando as bebidas, a cerveja cresce 7,2% em volume, com destaque para as embalagens de até 300 ml. Em queda, o consumo dos refrigerantes pode amenizar a situação – declínio de 7,2% em volume para este ano – explorando as embalagens menores, as latas de 350 ml. Os iogurtes, que se tornaram símbolo de um momento positivo da economia, agora fazem parte do rol de produtos que os lares racionalizaram a compra. Chegou a crescer 19,7% em volume em 2012, mas neste ano espera-se declínio de 3,9%.

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