Os investimentos globais no setor de tecnologia de seguros, insurtech, tiveram crescimento significativo em 2017, com a Europa se firmando como novo polo fora dos EUA. É o que revela estudo “Inovação destemida: Insurtechs como catalisadores da mudança no setor de Seguros”, da Accenture. De acordo com o relatório, o número de negociações em insurtech aumentou 39% no mundo todo em 2017, com valor total de contratos 32% maior, chegando a US$ 2,3 bilhões.
A América do Norte ainda lidera o setor quando se trata de valor total e número de contratos – responsável por US$ 1,24 bilhões ou 46% das negociações do ano passado – mas esse número cresceu apenas 6% em 2017. Por outro lado, o número de contratos aumentou 118% na Europa, o que corresponde a um terço de todos os contratos em insurtech do mundo, e o valor total aumentou impressionantes 385%, chegando a US$ 679 milhões. A região Ásia-Pacífico viu um aumento significativo em financiamentos, com crescimento de 169% no valor dos contratos, que chegou a USD 385 milhões, e crescimento de 27% no número de negócios.
Apesar das incertezas em relação à decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, a nação segue crescendo como a capital europeia de insurtech, com 41 acordos em 2017, o que representa crescimento total de 117% ao longo dos últimos dois anos. O valor das transações cresceu enormemente em 2017, com US$ 364 milhões investidos nas insurtechs baseadas no Reino Unido, comparado a US$ 19 milhões no ano anterior.
“O rápido crescimento do setor de insurtech reflete a resposta do investidor ao desejo dos consumidores por mudanças em uma área que tem muito valor retido”, diz Roy Jubraj, líder de Insurance Strategy and Innovation da Accenture para Reino Unido e Irlanda. “Ao mesmo tempo, as seguradoras precisam reconhecer que os investimentos em insurtech sozinhos não poderão entregar os níveis de mudança e inovação que o setor exige ou que o consumidor espera. A chave é contar com uma estratégia de inovação que abranja a empresa como um todo, transforme seu negócio principal e faça com que a empresa impulsione o crescimento.”
O estudo revela que os segmentos patrimoniais e de acidentes foram os mais populares para investimentos em insurtech ao longo de 2017, respondendo a 42% dos investimentos globais, seguidos por seguros multilinha (26%) e saúde (18%). Os seguros pessoais foram responsáveis por mais de dois terços (68%) dos investimentos insurtech, com linhas comerciais e de aplicação mista respondendo por 26% e 6%, respectivamente.
Do ponto de vista da cadeia de valor, marketing e distribuição lideraram em todas as áreas em termos de investimento insurtech, chegando a mais da metade (53%) dos negócios globais. Isso fica ainda mais claro com o número de start-ups mirando experiências de vendas e distribuição concisas e baseadas em aplicativos, bem como as que melhoraram a jornada de pedidos de clientes por meio do envio de fotos de evidências e informações de perda via chatbot.
A pesquisa também mostra que as seguradoras tradicionais estão correndo atrás de empresas de tecnologia emergentes, com um aumento de 63% na participação dessas seguradoras em investimentos de venture capital ao longo dos últimos cinco anos. Os setores mais comuns para esse tipo de investimento foram os de saúde e saúde digital (14%), IoT (13%) e big data e analytics (9%).
“Insurtech não é mais um simples alvo para capitais privados e de risco – é um fenômeno global”, diz Michael Costonis, líder global da prática de Insurance na Accenture. “As seguradoras desempenham um papel importante na reformulação do cenário de tecnologia em todo o setor, com investimentos além dos wearables e serviços telemáticos que buscam oportunidades na distribuição para fortalecer as experiências dos consumidores. O próximo passo para as seguradoras é usar insurtech como trampolim para inovar nas empresas como um todo”, completa.