Em busca de profissionais com mais energia e que demandem menor salário, as corporações estão renovando os cargos de chefia e gerência para profissionais mais jovens. Este processo, conhecido como juniorização de empresas, é uma solução prática para reduzir gastos, porém pode ter custos altos quanto se trata de produtividade e qualidade, de acordo com a consultora Carla Beck, diretora da Infinita Engenharia do Potencial Humano.
A juniorização é uma tendência no Brasil e no mundo. No entanto, ao se notar a necessidade de contenção de gastos, não basta renovar o quadro de funcionários, substituindo uma mão de obra cara, porém eficiente por um novo colaborador, ágil porém despreparado. Qualquer mudança na empresa deve ser analisada com cautela. Ao se deparar com essa situação, deve-se fazer um levantamento de processos que possam estar impedindo o bom andamento da companhia.
Em algumas empresas, esta análise profunda pode alertar a necessidade de uma atualização dos processos internos, ou até problemas logísticos. Entretanto, se o caso for o quadro de funcionários, deve-se analisar a produtividade de cada colaborador: quanto ele custa e quanto ele agrega valor? “Em certos casos, não é necessário demitir, e sim reavaliar as funções desempenhadas, levando em consideração uma possibilidade de trocar o profissional de área”, afirma Carla Beck.
Na situação, porém, da necessidade da renovação de parte do quadro de funcionários, a consultora alerta: a mudança deve ser feita de forma gradual e estratégica. Os novos profissionais, principalmente que assumirão cargos de liderança, devem ser inseridos na organização com acompanhamento e cuidado. Eles chegarão com novo ânimo, novos conhecimentos teóricos e novas ideias, mas devem ser inseridos no fluxo da organização de modo que não comprometam negativamente sua produtividade e qualidade.